Quando todos os cálculos do valor de seu produto em Reais estiverem feitos, considerando as variáveis para adequação à exportação (embalagem, questões envolvendo frete, rótulos, marcas, comissões, retirada de impostos que não incidirão, etc.) é chegado o momento de converter para a moeda na qual a operação se efetivará.
Ao fazer este cálculo, deve ser levado em conta o prazo previsto para que o pagamento efetivamente chegue ao exportador, pois há que se ter a segurança sobre as possíveis variações cambiais.
No final das contas é uma aposta, pois o câmbio pode variar para mais ou para menos e isto refletirá em ganhos ou perdas. Quanto mais distante o prazo, maior o risco de oscilação.
Por este motivo, deve se pensar em agregar alguma gordura no valor para absorver eventuais impactos com a variação cambial.
Os bancos oferecem modalidades de antecipação cambial (ACC e ACE) para serem usadas em contratos firmados com base em exportações.
No caso do ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio) os recursos são antecipados em Reais ao exportador por conta de exportação a ser realizada.
O ACE (Adiantamento sobre Cambiais Entregues) ocorre quando recursos são antecipados em Reais ao exportador após o embarque da mercadoria para o Exterior. Neste caso os direitos sobre a venda a prazo são transferidos ao banco que estiver efetuando a operação.
Algumas das vantagens destes métodos são que viabilizam capital de giro imediato quando a venda é feita a prazo e a empresa recebe à vista, também podem oferecer taxas de juros internacionais, dentre outras que variam de banco para banco. Entretanto, não são operações que estão sempre disponíveis e vão depender em grande parte de um bom relacionamento com o banco e apresentação de garantias de liquidez. Nunca é demais repetir que as instituições bancárias têm como objetivo lucro e taxas e descontos podem incidir de forma pesada quando se optar por ACC ou ACE.
Uma consequência direta é que se o Real desvalorizar entre a data que o ACC ou ACE foi feito e a data efetiva que era para ter sido pago pelo importador, o exportador terá perdido a oportunidade de receber mais reais. Por outro lado, se o inverso ocorrer ele pode ter se protegido de perdas.
O importante é fazer avaliações objetivas do momento da empresa e o que pode ser mais vantajoso para cada operação.
Acompanhar o mercado de câmbio passa a ser tarefa diária quando se empreende internacionalmente, desenvolver bom relacionamento com os bancos é igualmente relevante!
O Sebrae está de portas abertas para recebê-los e aprofundar orientações sobre estes temas.
Um abraço!