Mudança na estratégia empresarial para um novo modelo de gestão sustentável, sistema financeiro voltado à economia de baixo carbono, investimentos em inovação e em tecnologia limpas e governos comprometidos com a agenda verde, são alguns dos pontos de reflexão que Bill Gates apresentou em seu novo livro Meu manifesto verde, que trata sobre as mudanças climáticas e a urgência na adoção de ações que promovam, efetivamente, o desenvolvimento sustentável[1].
Sobre o setor empresarial, o destaque está em saber o que as empresas podem fazer para cooperar com a redução da mudança climática, de acordo com o seu potencial e capacidade, causando impacto positivo ao planeta e à sociedade, gerando resultados financeiros.
Segundo levantado, as ações devem iniciar pela adoção de um nova, e diferente, forma de fazer e gerir os negócios. É necessária implantação de uma estratégia que irá requer a coragem para assumir riscos, dos quais muitos CEOs não estão aparelhados, e os investidores não estão acostumados a recompensar.
Contudo, a empresa pode ampliar sua capacidade de atuação, quando buscar por fornecedores que tenham insumos/produtos/serviços mais sustentáveis. Com isso, as empresas estarão promovendo a redução da pegada de carbono em seu processo produtivo, fomentando a responsabilidade social e gerando produtos mais sustentáveis.
Aquisição é um ferramenta poderosa para começar a construir mercados mais inteligentes e sustentáveis. Poder de compra para aumentar a demanda por produtos de baixo e zero carbono.
Além disso, para que a sustentabilidade voltada à mitigação climática seja uma realidade, é necessário que se implante uma nova estrutura no sistema financeiro, que reconheça o meio ambiente como um ativo passível de monetização, ampliando a capacidade de criação de valor de produtos e serviços.
Ao mesmo tempo, é preciso que seja reduzido o custo de capital às empresas, que torne o financiamento de projetos verdes mais acessíveis, para que os empresários possam implantar práticas sustentáveis e investir em soluções inovadoras e de baixo carbono.
Num mercado de consumidores mais exigentes e atentos ao ciclo de vida, produtos inteligentes são cada vez mais requisitados. Por isso, é fundamental o investimento para a expansão de setores corporativos de pesquisa e desenvolvimento dos produtos e serviços mais sustentáveis. Como estratégia, deve-se começar a trabalhar agora na criação de políticas, tecnologias e estruturas de mercado que tornem isso possível.
Por fim, destaca o papel essencial dos governos neste processo. Como os líderes empresariais que estão levando isso a sério, os formuladores de políticas precisam levar em consideração as mudanças climáticas em muitas das decisões que tomam.
Os empresários devem pressionar os governos para criar políticas públicas de incentivos fiscais à implantação de tecnologia limpa e eliminar as políticas improdutivas que impedem o surgimento de novas tecnologias verdes e sustentáveis.
No curto prazo, estas ações podem ser vistas como um peso adicional ao empresário, sobrecarregando-o com a responsabilidade de implantação de ações de desenvolvimento sustentável, que propicie a redução dos problemas climáticos.
No entanto, no longo prazo, essas etapas arriscadas serão boas aos negócios, pois cada vez mais a economia de baixo carbono estará se consolidando e os consumidores se lembrarão de quais foram empresas que levaram a sério o cuidado com o planeta e que ajudaram a evitar um desastre climático.
[1] https://www.ft.com/content/c11bb885-1274-4677-ba05-fcbac67dc808