O Ministério do Turismo (MTur) define turismo de saúde como um segmento que se constitui das atividades turísticas decorrentes da utilização de meios e serviços para fins médicos, terapêuticos e estético (MTur, 2010).
Essa definição abrange as viagens voltadas ao turismo médico-hospitalar, onde se busca tratamentos e exames diagnósticos medicinais, odontológicos, cirúrgicos e não-cirúrgicos, tendo como objetivo a cura de doenças ou estética (ex. transplantes, tratamentos oncológicos, cirurgias cardíacas ou plásticas, etc.). Nesse mesmo conceito cabe também o turismo de bem-estar que propõe a diminuição do estresse, descanso, emagrecimento, prevenção de doenças e promoção de uma vida mais saudável (MTUR, 2010; ABRATUS, 2015).
Pesquisadores afirmam que turismo de saúde é uma das formas mais antigas de turismo, pois viajar para outras localidades em busca de cura para algumas doenças é um ritual ancestral que define as bases e a origem do termalismo que acontece desde a Idade Média e se expandiu durante os séculos XIX e XX.
Há mais de 5000 anos pessoas se deslocavam até a Índia em busca de estudos e cura física e espiritual por meio da yoga e da medicina ayurvédica. Em torno de 4.000 A.C. haviam peregrinações até os templos da Mesopotâmia a fim de diagnosticar as doenças que eram tratadas nos centros de saúde com águas termais de Suméria. Também haviam deslocamentos para rituais de beleza e cosmética feminina por volta de 3000 A.C. na antiga civilização Egípcia, além das práticas médicas chinesas por volta de 1000 A.C.
A prática do termalismo é herança dos gregos, romanos e árabes, que há mais de 2000 anos consumiam essas águas como forma de cura por via oral como remédio ou em banhos, na Península Ibérica. Na Espanha, o povo Celta já praticava o culto às águas antes da chegada dos romanos. Egípcios, gregos, celtas, hebreus e romanos usavam os banhos juntamente com ervas para fins medicinais.
No século XIX, devido ao volume de deslocamentos para tratamentos em estâncias hidrominerais, teve início de um caráter turístico, já que o conceito de turismo de saúde está baseado em fatores que estruturam o funcionamento de todas as etapas da viagem do paciente (ABRATUS, 2015). Ou seja, além da busca pelo bem-estar físico e mental por meio dos tratamentos, buscava-se o bem-estar social pela interação com a atividade turística.
Ainda que seja uma atividade remota o turismo de saúde é, ao mesmo tempo, muito atual, pois cada dia mais, com o auxílio das novas tecnologias, as pessoas estão buscando o bem-estar e a prevenção e cura de doenças.
É muito comum na atualidade o deslocamento de pessoas a outros países para fazer turismo de saúde, seja na categoria de bem-estar, utilizando de equipamentos como spas, hotéis termais, estâncias hidrominerais e outros, ou nas categorias médicas (hospitais, clínicas médicas, centros de tratamento, etc.).
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Fonte: MTUR (2010); MINISTÉRIO DE TURISMO DA FRANÇA apud EZAIDI, KABBACHI e EL YOUSSI (2007); BONFADA, BONFADA, GÂNDARA e FRAIZ BREA (2008); BONFADA, BONFADA, FRAIZ BREA e GÂNDARA (2011); ARAGONES, PAYARES e NAVAS (2012); BONFADA, BONFADA, GONZÁLEZ e GÂNDARA (2013); ABRATUS (2015); QUINTELA; COSTA e CORREIA (2016); QUINTELA, COSTA e CORREIA (2016); VARGAS e GIL (2002); DE LA ROSA e MOSSO (2004) apud EZAIDI, KABBACHI e EL YOUSSI (2007); ARÉVALO PACHECO e GARCÍA ROJAS (2014); ROSA; MOSSO (2004) apud BONFADA, BONFADA, GÂNDARA e FRAIZ BREA (2008); MOSS (2010).