A Expansão do audiolivros é uma realidade que veio para ficar e deve se popularizar cada vez mais, devido ao modelo de consumo desse tipo de conteúdo. Eles estão muito adaptados ao estilo de vida do contemporâneo e podem ser consumidos e adquiridos no mesmo dispositivo. O mercado de audiolivro já é consolidado nos Estados Unidos, onde em 2023, a atriz Viola Davis levou um Grammy Awards pela versão em áudio do livro “Em busca de mim”, narrado por nada menos que Meryl Streep. No Brasil, a tendência tem tudo para “colar” visto o sucesso do formato podcast por aqui e, acrescentando um ponto triste, somos um país deficitário na formação de leitores. Então, é bem possível que você veja (ouça, na verdade) títulos narrados por celebridades e artistas. Por outro lado, se engana quem pensa que a tentativa de emplacar o formato em áudio é uma novidade por aqui. Nos anos 2000, o jornalista e narrador Cid Moreira marcou uma mudança de paradigma, com a narração de Salmos em formato CD. A dificuldade na época era a plataforma de execução, o que hoje está resolvido com a chegada e evolução dos serviços de streaming. De olho em uma demanda crescente e ainda pouco explorada, empresas como Amazon têm realizado investimentos vultosos no mercado de audiolivros. A empresa de Jeff Bezos fundou a Audible, que chegou ao Brasil em 2023, já com 4 mil títulos em português. Porém, a Amazon não está sozinha, e a competição entre as plataformas de streaming já é uma realidade. O que se sabe é que a grande dificuldade do ecossistema é a produção do audiolivro e o comportamento do ouvinte. Produzir um audiolivro não é apenas uma questão de estética vocal, porém, aspectos como entonação, sotaque e outras características difíceis de metrificar. É preciso adquirir horas de gravação em um estúdio, realizar a masterização do conteúdo, ajustar, regravar… Além disso, o mercado ainda tem baseado suas estratégias e decisões em real escassez de dados sobre o comportamento de consumo do ouvinte. Dessa maneira, principalmente as editoras que estão começando a atuar no nicho, ainda procuram a fórmula de validação do formato e, entendem que o audiolivro é um investimento a médio e longo prazo. Se depender do relatório divulgado pela Feira de Frankfurt, apontando que o mercado de audiolivro deve crescer 25% ao ano, nos próximos 7 anos, editoras e plataformas têm tudo para acreditar que o investimento irá valer a pena. Veremos!