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Taxa Selic a 10,75%: entenda como ela influencia o mercado financeiro

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Taxa Selic a 10,75%: entenda como ela influencia o mercado financeiro
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Criado em 24 FEV. 2022
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A taxa Selic, sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, é a taxa básica de juros da economia do Brasil. Ela é determinada a cada um mês e meio pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). As decisões do órgão têm valor estratégico para o controle da inflação no país, pois é a taxa que dita o preço do crédito praticado internamente. As consequências do acréscimo ou decréscimo dos juros impactam diretamente nas aplicações financeiras, empréstimos e financiamentos. Por essa razão, o mercado está sempre de olho nas suas variações, que também são de muito interesse para a população brasileira. Quer entender um pouco mais?


Criado em 1979, é por meio do sistema Selic que o governo emite e vende títulos da dívida pública brasileira e também registra essas operações, sendo que os maiores compradores desses títulos são os bancos. O título de dívida pública é uma promessa de pagamento por parte do governo ao comprador do título e funciona como um empréstimo, acrescido de juros e com um prazo de resgate. A taxa Selic é a média da remuneração desses títulos. É a partir desta taxa que os bancos definem a taxa de juros que utilizarão ao financiarem crédito, por exemplo. É neste movimento que a economia é de fato influenciada.


A variação da Selic, portanto, está diretamente ligada aos juros praticados no mercado. Quando ela sobe e os juros ficam altos, o financiamento e o crédito pessoal são afetados, bem como o investimento das empresas e o consumo das famílias, um dos maiores motores do nosso PIB. Esse movimento faz com que haja queda das compras parceladas e no consumo em geral, contribuindo para um refreamento de uma possível tendência de alta na inflação. Por outro lado, quando os juros estão baixos, o acesso ao crédito e aos financiamentos é facilitado. Isso aquece a economia, pois as empresas investem mais, contratam mais e o consumo é incentivado, mas há aumento da inflação.


Já os investimentos operam de maneira diferente. Uma taxa Selic menor, e consequentemente, taxas de juros menores, formam um cenário menos atrativo para o investidor, pois a remuneração de um investimento torna-se mais baixa. O contrário também se observa. Juros maiores rendem mais para o investidor.


Portanto, com o conhecimento das variações da Selic, é possível fazer seu dinheiro render mais sabendo qual é o investimento certo para um dado momento. A poupança, velha conhecida dos brasileiros, é um dos investimentos que sofre influência da Selic. Quando a taxa se eleva para além de 8,5%, ela rende 0,5% ao mês sobre o valor depositado, acrescido da Taxa Referencial. Quando está abaixo dos 8,5%, a poupança rende 70% da Selic, mais a Taxa Referencial. De qualquer forma, a poupança não é a melhor escolha quando o assunto é renda fixa.


Uma Selic alta é positiva, porém para os demais investimentos de renda fixa, como Tesouro Direto, Tesouro Selic, CDBs, LCI, LCA, entre outros. Segundo o criador do buscador de investimentos Yubb, Bernardo Pascowitch, durante um cenário de incertezas como observamos em 2022, com taxa Selic alta e pressões inflacionárias, "vale aumentar a posição da renda fixa para aproveitar a alta dos juros, sem deixar a renda variável de lado. Enquanto a renda fixa deve ser usada para conservar o patrimônio e protegê-lo da inflação, a renda variável deve ter como objetivo multiplicar o patrimônio”.


Isso nos leva a conhecer outra opção: a renda variável. Esse tipo de investimento é mais sensível às variações da taxa Selic. São mais voláteis e arriscados, mas contam com um potencial maior de retorno. Quando a Selic está alta, no entanto, há um grande movimento de investidores migrando para a renda fixa, pois neste caso há uma forte tendência de grandes setores da economia, principalmente varejo e construção civil, sofrerem com o aumento de preços e a queda do consumo. Neste cenário, as empresas tendem a aumentar os preços para compensar a queda da demanda, repassando-os ao consumidor. Isso gera queda na receita das empresas e no preço de suas ações. Por essa razão, pode ser um bom momento para entrar na Bolsa. 


Porém, quando se fala em investimentos, e principalmente com tantas variáveis em jogo, é preciso entender o seu perfil de investidor – conservador ou agressivo. As decisões sobre qual investimento preferir no momento devem estar de acordo com o prazo de retorno esperado, objetivos financeiros e um entendimento preciso do que está em jogo no mercado financeiro. A taxa Selic é importante, mas não determinante, de qual investimento deve preferir. Especialistas estão de acordo que uma carteira variada, com investimentos em taxa fixa e variável, é a decisão mais prudente para se aproveitar o melhor dos dois mundos. Uma outra opção interessante são os fundos de investimentos, como os fundos de renda fixa, por exemplo, onde gestores profissionais irão administrar os investimentos da melhor forma possível.


Segundo Valter Police, planejador fiduciário da Fiduc, fintech especializada em gestão de investimentos, “independentemente do cenário econômico, bons investimentos são feitos com visão de carteira, e ela deve ser diversificada. Não é porque os juros estão aumentando que eu devo ficar na renda fixa, nem as seguidas quedas na Bolsa deveriam fazer com que eu saísse da renda variável”. Por isso, é muito importante entender o comportamento do mercado financeiro e suas nuances para então decidir qual investimento fazer. Todo investimento é influenciado pelas taxas de juros, seja positivamente ou negativamente, e a Selic é um bom indicativo dos rumos da economia nacional.


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Flavia De Siqueira Viana
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