De um lado, acompanhamos nos noticiários, nas redes sociais e nas empresas, vários casos e relatos de demissões que machucaram.
Por outro lado, também lemos e até mesmo presenciamos muitos reconhecimentos, até mesmo inspiradores.
Eu conheci o Henrique que trabalhou 26 anos na mesma empresa. Uma raridade. Na nossa primeira conversa, para um recém desligado, sua calma e tranquilidade ao falar da empresa, ou melhor da ex-empresa, chamou e muito a minha atenção.
Curioso que sou, o convidei para um café que ele prontamente aceitou com a resposta:
Se tem algo que sinto e sentirei falta lá do escritório, é a pausa para um café com um bom papo entre os amigos!
Logo de início, Henrique classificou seus 26 anos de empresa como:
Os primeiros 20 anos foram excelentes e os últimos 3 anos foram extremamente desafiadores.
Em seguida, contou mais sobre os ingredientes da vitamina que o ajudou a atravessar os últimos 3 anos sem esquecer os demais 23 e ao mesmo tempo, o preparou mentalmente para o momento do seu desligamento.
De seus pais, pessoas simples e de poucas posses, Henrique buscou os ingredientes:
Henrique fez questão de resgatar os principais aprendizados adquiridos com pessoas que ele encheu a boca ao chamá-las de mentores e mentoras (algumas delas nem sequer sabiam que Henrique as considerava assim):
Com tudo isso junto no liquidificador e ao considerar todo o histórico de seus 26 anos na mesma empresa, ele focou sua energia nas seguintes perguntas:
Eis as respostas:
Confesso que essas respostas me deixaram sem palavras. E havia ainda uma dose de sofisticação da linha de pensamento do Henrique:
Durante os 26 anos que trabalhei lá, foram inúmeros CPFs que me fizeram gostar muito do CNPJ e é claro, alguns CPFs que me levaram a gostar menos do CNPJ.
Foi a forma dos CPFs e a forma dos CPFs que moldava minha percepção do CNPJ. A forma significou como me tratavam, como se importavam, como me faziam sentir-se incluído ou não, pertencente ou não, reconhecido ou não. E o quadro ficava mais complexo ainda, quando consciente ou inconscientemente, considerei o CNPJ como se fosse uma pessoa. É quando o CNPJ se tornou um CPF e até mesmo meu sobrenome!
E concluiu:
A verdade que constatei foi que meus melhores sentimentos em relação ao CNPJ foram criados e despertados pelos CPFs que praticavam o que ensinavam, inclusive e principalmente, o Respeito. E essa é a versão final do CNPJ que ficou pra mim. Assim eu me sinto sendo justo com 98% dos CPFs que conheci.
Nem preciso dizer que foi um longo e agradável café que marcou o início de nossa amizade.
Recentemente, Henrique me trouxe seu mais recente aprendizado após 2 anos em um novo trabalho:
Não importa o tempo de casa, a dinâmica é a mesma entre CPFs, CNPJ e os CPFs.
Reforço que o foco deste artigo:
Meu foco está em compartilhar uma visão com um balanço muito interessante entre racional e emocional, encarar os papéis de cada parte na relação entre CPF e CNPJ em que existe um ciclo que independe da nossa vontade como CPF do bem ou não: começo, meio e fim.
CPFs e CPFs passam e vão embora dos CNPJs. Todos podem publicar livros.
Mas um será apenas um capítulo do outro.