No mês em que todo o país se mobiliza em torno do Setembro Amarelo — campanha nacional em prol da prevenção ao suicídio —, uma pesquisa recente traz um dado importante envolvendo a relação dos brasileiros com as próprias emoções: para 37% dos entrevistados, os colegas de trabalho são as últimas pessoas com quem dividiriam detalhes de suas vidas emocionais. A conclusão é da Preply, plataforma que, interessada na forma com que a população comunica seus sentimentos, pediu que entrevistados de todas as regiões revelassem como se autoavaliam psicologicamente nos últimos tempos, entre detalhes como a frequência com que compartilham suas angústias e as frases mais reconfortantes quando estão enfrentando um problema pessoal (confira o estudo na íntegra aqui). Brasileiros ouvem mais do que falam das próprias emoções Medo de parecer vulnerável, de ser visto como alguém fraco, receio diante dos mal-entendidos... mesmo com tantos benefícios para a saúde emocional, em um certo ponto, ninguém parece discordar: dependendo de onde ou com quem se está, falar sobre os próprios sentimentos pode se tornar uma tarefa bastante complicada — sensação essa, aliás, compartilhada pela maioria dos ouvidos durante o estudo da Preply. Para se ter uma ideia, ao serem indagados sobre conversas envolvendo emoções, somente 36% dos entrevistados admitiram se abrir com outras pessoas frequentemente, parte disso devido ao receio em incomodar (38,8%) a dificuldade em não utilizar as palavras adequadas (33%), a falta de confiança nos demais (28,8%) e, ainda, o medo do julgamento (28,8%). Por motivos como esses, quando o papo caminha para o terreno sentimental, a postura mais confortável tende a ser a de mero ouvinte, comportamento comum para 66% dos brasileiros envolvidos na pesquisa. Tais desconfortos ao dividir os desabafos, dilemas e outras questões internas, cabe dizer, geralmente se intensificam de acordo com aqueles prestes a escutá-los. Na opinião dos respondentes, por exemplo, o segundo maior grupo que os deixam mais desconfortáveis ao falarem de si é formado pelos colegas de trabalho (37,2%), estando atrás apenas dos familiares (43,2%). O que dizer a alguém que enfrenta o sofrimento mental no espaço de trabalho Em um contexto profissional, é fundamental reconhecer a importância de oferecer suporte emocional a colaboradores que enfrentam dificuldades mentais. Embora algumas expressões tenham perdido seu impacto ao longo do tempo, pesquisas indicam que certas frases continuam sendo essenciais para amenizar momentos de estresse, crises de ansiedade e outras experiências desafiadoras. Entre as maneiras de demonstrar apoio, uma das frases mais reconfortantes, conforme destacado pela pesquisa, é "estou aqui por você", considerada acolhedora por 47,4% dos brasileiros. Essa simples declaração comunica a disposição para oferecer suporte emocional, um aspecto crucial no ambiente de trabalho. Além disso, expressões como "seu bem-estar é uma prioridade" (41,8%) e "está tudo bem pedir ajuda" (38%) ressaltam a importância de priorizar a saúde mental, independentemente do contexto. Outro ponto relevante é a afirmação "leve o tempo que precisar" (39,8%), que valida o ritmo individual de cada pessoa e reforça que o cuidado com a saúde mental é um processo pessoal. Metodologia Para compreender como a população expressa as próprias emoções, nas últimas semanas, foram entrevistados 500 brasileiros residentes em todas as regiões do país. Ao todo, os respondentes tiveram acesso ao total de 10 questões, que exploraram experiências pessoais envolvendo saúde mental, autoconhecimento e os impactos da internet nos debates envolvendo o tema. A organização das respostas possibilitou a criação de diferentes rankings, nos quais você confere o percentual de cada alternativa apontada pelos entrevistados.