A saúde financeira de uma empresa tem enorme importância em várias situações, não apenas como instrumento de análise das condições de um negócio. Segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) realizada em 55 países:
O brasileiro é o quarto povo que mais empreende.
A estimativa é que quase 40% dos adultos no Brasil tenham um negócio próprio. Neste contexto, a saúde financeira de uma empresa, independente da fase de maturidade, se torna um assunto fundamental para boa parte da população.
Na teoria, a saúde financeira da empresa indica a capacidade de arcar com custos e despesas de curto e de longo prazo. Ou seja, indica se é uma organização com previsibilidade de arcar com as despesas, bem como planejar investimentos.
Através da análise de indicadores financeiros, é possível medir o desempenho da empresa. Quando comparado a concorrentes do mesmo mercado, é possível prever algumas tendências e até mesmo possíveis falências.
Empréstimos e linhas de crédito são comuns no dia a dia do empreendedor para manter suas operações. Porém, o endividamento da empresa não pode ser exacerbado, pois desse modo, todo faturamento é destinado a cobrir os passivos, sem que a empresa lucre e possa fechar o mês no azul.
Nas Micro e Pequenas Empresas (MPE) o endividamento atinge 74% e entre os Micro Empreendedores Individuais (MEI) o número chega a 61% de empresas com dívidas.
Para reerguer uma empresa com dificuldades financeiras seria necessário fazer o trabalho de renegociação de dívidas. Isso não significa contrair dívidas para saldar as já existentes, mas sim analisar o orçamento empresarial e ver o que cabe no orçamento da sua empresa.
Dados do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian mostram que, em junho deste ano, 6,2 milhões de negócios estavam com contas negativadas no país.
A maioria das dívidas foram contraídas pelos empreendedores no setor de:
Na análise de representatividade por setor de atuação das empresas inadimplentes:
São Paulo lidera o ranking entre os estados com mais empresas inadimplentes (2.008.526), em seguida vem Minas Gerais (608.663) e o Rio de Janeiro (543.961). O Paraná ocupou a quarta posição, com 391.993 empresas inadimplentes.
Com o objetivo de auxiliar os pequenos negócios que estão com parcelas em atraso, o Sebrae realizou, ao longo do mês de junho, a Campanha Nacional de Renegociação de Dívidas. A proposta foi oferecer melhores condições aos micro e pequenos negócios para que consigam normalizar os fluxos de pagamento e, assim, se desenvolverem.
A maior parte das empresas inadimplentes é formada por micros e pequenas empresas (MPEs), que somam 5,448 milhões de devedoras. Uma das consequências da pandemia foi o aumento do endividamento, que gerou o crescimento do número de empréstimos. A Serasa Experian também identificou o aumento da solicitação de crédito por parte das MPEs, onde a busca avançou 19%.
Perdão das Dívidas
A partir de 1º de setembro de 2022, os contribuintes com grandes dívidas com a Receita Federal poderão renegociar os débitos com até 70% de desconto. A portaria estendeu à Receita Federal a modalidade de renegociação chamada de transação tributária, mecanismo criado em 2020 para facilitar o parcelamento de dívidas de empresas afetadas pela pandemia da covid-19.
Inicialmente, a medida atende aos contribuintes com débitos de mais de R$ 10 milhões ao Fisco, entretanto, um edital deverá ser publicado para a transação tributária de dívidas de pequeno valor.
Para o contribuinte que pensa em reequilibrar sua atividade econômica, esta é uma excelente oportunidade de iniciar 2023 com um planejamento financeiro mais exato e com liquidez maior.
É no planejamento tributário, associado a uma ação jurídico/contábil preventiva que se encontra maior segurança para a atividade empresarial. O processo pode ser conduzido diretamente com a Receita Federal, pela internet, via Portal e-CAC.
A Receita definirá o tamanho dos benefícios conforme a capacidade de pagamento do contribuinte. Quem tiver mais dificuldades de pagamento terá descontos maiores e prazos mais longos.
Impacto Esperado
A medida faz parte do pacote de bondades do Governo Federal neste último ano de mandato. A ideia é gerar a possibilidade de recuperação de negócios, a manutenção de emprego e a expansão do consumo.
No Paraná, segundo o site Procuradoria
Geral da Fazenda Nacional, 372.179 CNPJs estão em débito
com a Receita, logo tal medida tende a beneficiar cerca de 30% dos negócios no
estado, podendo gerar um efeito
econômico importante, especialmente no mercado de
varejo e serviços, os mais impactados durante o
período de pandemia.
Capitação de Recursos
Capitar recursos é uma das principais ferramentas encontradas pelas empresas para suplantar questões de saúde financeira e pode ser um elemento relevante para a recuperação de pequenos negócios, especialmente neste momento de liberação de recursos.
Mesmo em momentos complexos, a oportunidade de captar recursos mais baratos para superar dívidas e juros mais caros pode ser uma solução.
Segue abaixo algumas modalidades de capitação de recursos:
Dicas do SEBRAE para você: