O ano de 2022 foi um marco para a área de empreendedorismo no Rio Grande do Sul, pois o estado rompeu a barreira das 1.000 startups em atividade e já é o terceiro estado brasileiro com o maior número de startups em atividade, tendo um crescimento de 73%, passando de 661, em dezembro de 2021, para 1.444, atualmente. De acordo com os dados da startup base, da ABStartups, Porto Alegre, São Leopoldo, Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas e Canoas são as cidades com a maior concentração desse tipo de empresa no estado. Até dezembro de 2021, o setor somou 8,85 bilhões de dólares em aportes no Brasil, superando em quase três vezes o valor de 2020, que foi de 3,65 bilhões de dólares e boa parte desses investimentos foi direcionada para o Rio Grande do Sul. Todo esse aumento também tem gerado um grande impacto na economia local e no mercado de trabalho. Isso porque a demanda de funcionários qualificados para essas novas funções cresceu. As vagas estão quase todas focadas na área de tecnologia e de cargos que antes não eram tão importantes para as empresas, como colaboradores com capacidade de trabalhar de maneira remota ou híbrida. Essa é uma tendência não só no Brasil, como em todo o mundo. Um estudo realizado pela Preply mostrou que quase 34% dos CEOs de grandes empresas ao redor do mundo possuem doutorado em alguma área. Essa busca de profissionais cada vez mais diferenciados pode ser considerada uma tendência e mostra como será o futuro do mercado de trabalho. Startups são comumente confundidas com empresas de tecnologia, porém, ainda que grande parte delas seja voltada a esta área, startups são organizações temporárias que buscam algum modelo de negócio viável. Ou seja, elas ainda não são empresas formadas, porém, assim que encontram o modelo de negócio adequado, se tornam empresas em crescimento. O Rio Grande do Sul vem sendo um grande celeiro para esse modelo de negócio, isso porque, segundo o Atlas Econômico, o estado possui 27 polos tecnológicos, 28 incubadoras e 21 parques tecnológicos, que empregam mais de 10 mil pessoas em aproximadamente 300 empresas. Os investimentos para iniciar uma startup podem vir de várias formas, que vão desde amigos ou familiares, os chamados investidores-anjos, iniciativas de crowdfunding, investidores de risco, ou mesmo os investimentos clássicos, como o empréstimo pessoal, que em muitos casos pode ser a solução para iniciar um modelo de negócio neste segmento. As startups estão em alta e, para quem quer se aventurar nesse mercado, o mais importante é encontrar um problema que ainda não possua uma solução definitiva e trabalhar em ideias e inovações que possam solucioná-lo. FLAVIA VIANA