Robôs milionários? Como assim? Você está me dizendo que o C-3PO ou até mesmo o R2-D2 poderiam investir e tomariam as melhores decisões?
Bom, não é tão simples assim. Eugene Fama apresentou a teoria dos mercados eficientes, segundo a qual o preço dos ativos no mercado dos capitais seria um reflexo exato das informações disponíveis em dado momento.
Fama, publicou seu artigo em 1970 muito antes do Big Data surgir e de utilizarem o Data Science de forma efetiva. Com o avanço tecnológico e a utilização de inteligência artificial (IA) em muitas áreas da indústria, foi questão de tempo até que isso se tornasse assunto no mercado financeiro, afinal de contas a IA é totalmente capaz de processar esses dados e extrair o melhor desempenho possível.
Ironicamente, Fama compartilhou seu Nobel com Robert Shiller, um dos expoentes da behavioral economics (economia comportamental). Em detrimento à hipótese dos mercados perfeitos, a economia comportamental recorre à psicologia para reconhecer a racionalidade limitada dos seres humanos e apontar suas falhas, afinal o mercado de capitais é composto por pessoas, sejam os investidores pessoa física ou os indivíduos por trás de investidores institucionais, tais como agentes de investimento, analistas e traders.
O ser humano é fator determinante para o funcionamento de tal estrutura de aproximação dos agentes deficitários e superavitários.
Entretanto, o uso de IA por instituições financeiras promete mudar, ao menos em parte, esse cenário ao criar novas formas de tomada de decisão para alocação de recursos, focadas no uso de dados e que permitam identificar o perfil do investidor através de uma análise de seu histórico e voltadas, principalmente, para os investidores-consumidores.
A Fintech Hub divulgou um relatório sobre novas tecnologias no mercado, a prática de consultoria financeira automatizada, conhecida como Robo-advisors é uma das mais utilizadas pelos 80 empreendimentos de inovação financeira entrevistados.
Não! Mas esse é um questionamento muito comum quando o assunto é robo-advisors. Quando nós falamos de investimento, nada é garantido, mas a IA é capaz de tomar as melhores decisões baseadas em dados que foram disponibilizados para ela, isso já é um salto e tanto.
De fato, os robozinhos trazem vantagens para os investidores pessoa física e podem servir como uma importante ferramenta para promover a democratização do mercado de capitais.
A utilização dos robo-advisors reduz os custos de administração para os clientes, permitindo que investidores com menos capital ingressem no mercado financeiro. Muitos defensores de tal inovação entendem que a escolha por robôs de investimentos também minimizaria eventuais conflitos de interesses, decorrente das relações humanas.
Contudo, trata-se de tecnologia ainda incipiente, que ainda precisa ser efetivamente testada e exige recursos para seu desenvolvimento. É crucial ter em mente que tais plataformas não estarão livres de riscos cibernéticos e bugs, que podem complicar seu uso.
A inteligência artificial no mercado financeiro ainda é algo muito recente, mas apresenta resultados incríveis e é nosso dever nos manter atualizados.
Não existe uma formula mágica para atuar com eficiência no mundo das finanças, a vida do investidor é uma busca interminável por inovação, estratégias e formas de aumentar o desempenho.