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Regionalizando as experiências turísticas

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Regionalizando as experiências turísticas
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Criado em 25 OUT. 2022
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Trabalhar regionalmente é uma das estratégias para potencializar os fluxos turísticos dos destinos e aproveitar ao máximo as potencialidades e experiências. Isso é possível graças à soma dos atrativos de todos os municípios, o que pode aguçar a necessidade de conhecer determinados destinos. Quando trabalhado de maneira regional, o turismo possibilita que todos saiam ganhando, uma vez que os destinos envolvidos tenham uma maior perspectiva de receber e rentabilizar com o turismo. 


Neste processo de regionalização, é importante ter um destino ou produto âncora, que gere o desejo de viajar.  O destino ou produto âncora é essencial para atração dos turistas para o ambiente regional, visto que ele gera a necessidade de viajar. Neste cenário, os demais destinos e produtos regionais se apropriam da imagem da região para descentralizar o turismo. Aqui o papel das agências de turismo receptivo é fundamental, pois elas tem a capacidade de distribuir os fluxos para os demais destinos da região. 


Uma das perspectivas da regionalização é apresentar por Liu et al (2012), que coloca que a região turística possui diferentes tipos de destinos: 


  • Centro de distribuição de fluxos turísticos: Maior centro de recepção e distribuição dos fluxos turísticos do destino. Atua como indutor do turismo local, atraindo turistas para visitarem outros destinos

  • Centro de fluxos turísticos: Normalmente são os destinos com o maior fluxo turístico, porém os fluxos não se distribuem tanto em outros destinos.

  • Destinos de passagem: Tem um fluxo de turistas regular mas não pode ser considerado um destino dominante. Normalmente é visitado antes ou depois das categorias acima. Apesar do fluxo regular, não distribui os fluxos com os demais destinos de maneira a desenvolvê-los. 

  • Destinos de passeio: Sua visita depende de um centro de distribuição e seu papel é limitado a parada rápida e saída rápida para outros destinos com apelo maior.

  • Destinos anexados: Estão anexados a um destino mais importante e apresentam baixa capacidade de receber grandes fluxos turísticos

  • Destinos isolados: Dependem totalmente da relação com outro destino para atrair fluxos turísticos. Caso essa relação se desfaça, o destino pode ficar isolado dos demais, ficando desconectado da rede.

* LIU, F et al. Roles and Functions of Tourism Destinations in Tourism Region of South Anhui: A Tourist Flow Network Perspective. Chinese Geographical Science, v. 22, n. 6, p. 755-764, 2012.


Essa conceituação reforça a importância de possuir um destino âncora para atrair os públicos para a região. Esse destino, ou mesmo um produto (caso dos vinhos na região do Vale dos Vinhedos) é essencial para atração dos turistas para a região, distribuindo os turistas para os demais.


Um bom exemplo de regionalização acontece no litoral paranaense. Todos os municípios trabalham em conjunto na Instância de Governança Regional (ADETUR Litoral) para promover a região como um todo. Isso proporciona que os visitantes visitem Morretes e a Ilha do Mel em um pacote completo, ou ainda, conheçam Matinhos e Guaratuba chegando de trem. A vantagem da regionalização é justamente essa, distribuir os fluxos entre as cidades, fazendo com que todos tenham retorno com o turismo. Outro modelo interessante é o trabalhado no Vale Europeu, em Santa Catarina, onde diversos municípios se promovem em conjunto com atividades de aventura e lazer, onde a soma dos atrativos complementa as deficiências individuais de cada destino.


Sob a perspectiva do produto turístico, trabalhar de maneira regional possibilita a inserção de diferentes experiências turísticas nos destinos participantes, seguindo as tendências atuais. Fomentar as melhores experiências de cada destino em novos produtos turísticos de experiência possibilita o desenvolvimento de todos. Um dos exemplos de produtos turísticos regionais e que envolvem experiências e vivências são aqueles voltados à pedalada.


Os roteiros de cicloturismo são excelentes produtos para se trabalhar regionalmente. Inclusive, a maioria dos circuitos envolvem uma região. Isso ocorre pela motivação de cumprir distâncias maiores, e proporcionar diferentes paisagens e contextos às experiências, o que pode ser mais difícil em um único município. Dessa forma, incluir municípios de uma região pode facilitar na montagem do roteiro, e ainda, tornar o roteiro mais sustentável nos aspectos econômicos, pois os custos podem ser rateados entre os participantes. 


Exemplo desse formato de cicloturismo regional encontramos no Circuito Vale Europeu (@valeeuropeu), que envolve 9 municípios. Já o Circuito das Araucárias (@circuitodasaraucarias) reúne 4 municípios vizinhos para formar seu roteiro. Já o circuito Vale dos Encantos, em Santa Catarina, foi criado passando por 6 municípios da serra e do litoral.


Sob a perspectiva regional, os roteiros de cicloturismo possibilitam que os turistas façam o consumo de diferentes maneiras. Ele pode ser autoguiado, ou seja, o próprio cliente faz as reservas e define seu itinerário, planejamento e organização da viagem. Outra possibilidade é adquirir os produtos das agências de receptivo locais, que já entregam itinerários definidos, e prestam todo o apoio logístico para a aventura.


Assim, é perceptível o grande potencial do cicloturismo como produto turístico regional e de experiência. Além disso, neste momento atual, que a mobilidade suave e novas formas de locomoção estão sendo discutidas, os roteiros de bike ainda estimulam práticas mais sustentáveis de mobilidade.




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