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Em setembro de 2019, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) divulgou o estudo Indicadores de Parques Tecnológicos, um levantamento completo com dados coletados entre 2017 e 2018 sobre a realidade brasileira.
O estudo mostra a clara evolução do segmento de parques tecnológicos no Brasil, passando de apenas 10 no ano 2000 para mais de 100 em 2017. O levantamento do MCTIC aponta ainda uma concentração dos parques tecnológicos nas regiões Sul e Sudeste do País, embora eles estejam presentes em todas as regiões brasileiras um importante indicativo de avanços no setor.
Impactos na sociedade e na economia
Outro ponto importante mostrado são os impactos dos parques tecnológicos brasileiros nas regiões em que estão instalados, sobretudo no que diz respeito:
- Desenvolvimento econômico regional;
- Geração de novas patentes;
- Abertura de novas empresas e vagas de trabalho, tanto para recém-graduados quanto para profissionais qualificados.
E é neste último aspecto que os parques tecnológicos mais chamam a atenção. De acordo com o estudo, enquanto a taxa de desemprego no Brasil subiu de 7,1% em 2013 para 12,7% em 2017, o número de pessoas empregadas pelas empresas instaladas nos parques subiu 6,6%.
Para se ter uma ideia do potencial que os parques tecnológicos têm para o desenvolvimento econômico e social da região em que estão instalados, as mais de 2000 empresas de tecnologia presentes no Vale do Silício, o mais famoso parque tecnológico do mundo, contratam, em média, mais de 30 funcionários por dia.
Existem outros benefícios menos tangíveis e que merecem igual destaque. Entre eles, o aumento da competitividade regional e a atração e retenção de profissionais qualificados.
Áreas de atuação
Os parques tecnológicos são empreendimentos voltados para a promoção da inovação e da pesquisa na área tecnológica. Nesse sentido, é interessante notar que os setores mais explorados pelas empresas são:
- Tecnologia de Informação (TI), presentes em 64% dos parques;
- Energia, presente em 48% dos parques, e
- Biotecnologia, presente em 46%.
Desafios
O estudo do MCTIC elencou os principais desafios dos parques tecnológicos brasileiros para o futuro. São eles:
- Conjuntura macroeconômica do país;
- Dependência de investimentos públicos para viabilização do parque em si, sobretudo no que diz respeito à disponibilização de infraestrutura (asfaltamento, energia elétrica, internet, telefonia e saneamento básico);
- Maior aproximação entre comunidade científica e mercado;
- Mais iniciativas de incentivo à cultura de inovação, pesquisa e desenvolvimento nas empresas locais;
- Medidas de atração e integração de empresas;
- Necessidade de recursos financeiros para contratação e manutenção de profissionais;
- Necessidade de recursos financeiros para finalização, expansão ou manutenção da infraestrutura.
Como criar um parque tecnológico?
Saber o que é um parque tecnológico e conhecer seus objetivos é importante, mas como eles são criados? Para criar um parque tecnológico, é preciso ter conhecimento profundo sobre o ecossistema de inovação da cidade e planejá-lo de forma que ele, de fato, funcione para os fins que foram apontados.
E é nesse ponto em que devemos atuar: onde o objetivo é estudar e entender as empresas existentes, identificar potenciais e, só então, fazer a proposta de criação de um parque tecnológico.
Leia mais: Parques Tecnológicos induzindo o ambiente de inovação e 6 Etapas para a consolidação de Parques Tecnológicos
Essa iniciativa pode vir, principalmente, de três grupos:
1. As próprias empresas
O parque tecnológico pode ser elaborado a partir de uma demanda das próprias empresas e da sua necessidade de ter um ambiente para integração e inovação. Nesse caso, é preciso que elas estejam minimamente organizadas, com objetivos em comum, e entendam a importância do local.
2. Os governos
Para os governos, a vantagem de ter um parque tecnológico é tanto social quanto financeira. Ter na cidade um local que promova a inovação é, com certeza, um diferencial que eleva a administração pública a outro nível.
Do ponto de vista financeiro, quanto mais empresas sendo criadas, crescendo e dando lucro, melhor para a arrecadação de impostos, geração de empregos e para a reputação da cidade.
Vale destacar que o surgimento de novos parques tecnológicos não depende, necessariamente, da quantidade de outros ambientes que existem na mesma região, mas do aproveitamento de vantagens competitivas oferecidas e da necessidade de desenvolvimento de determinada região.
Nesse sentido, o poder público pode incluir o fomento a novos parques como forma de atuação estratégica, coordenando os esforços de diferentes setores em prol do desenvolvimento da comunidade.
3. Investidores Privados
Grandes empresas do segmento da Construção Civil entendem o parque tecnológico como um investimento imobiliário diferenciado, gerando valor para seus projetos e sendo um valioso instrumento de desenvolvimento econômico da região.
Ficou interessado e quer saber mais sobre como criar um parque tecnológico? Mande um e-mail para WPerdomo@pr.sebrae.com.br
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