Ao encerrar o primeiro semestre letivo da universidade foi feita uma avaliação sobre os resultados das aulas, das dificuldades, dos desafios e das aprendizagens. Tudo foi intenso. As dificuldades foram muitas desde o primeiro dia de aulas virtuais, assim como os desafios de elaborar estratégias para manter a conexão com os alunos. Como resultado dos desafios e das dificuldades vieram as aprendizagens, tais como a criação de materiais didáticos e a adoção de novas estratégias para as aulas presenciais que migraram para o ambiente virtual. Além do mais, ficou a constatação de que aquilo que é virtual não é antônimo de real, assim como o virtual é presencial.
Aulas virtuais síncronas podem ser consideradas presenciais? Acredito que sim. No semestre, avaliei os resultados de duas turmas conforme a presença e a participação e, no final, elas fazem a diferença. Todos os professores foram orientados a continuar registrando a presença dos alunos em sala de aula. O conteúdo era passado, discutido, lido, apresentado, trabalhado individualmente e em grupos, assim como vídeos eram exibidos e seminários realizados. O desafio para os professores foi grande, porque a presença e a participação dos alunos exigiam foco e presença num movimento ativo de aprendizagem. As metodologias ativas nunca fizeram tanto sentido como nas aulas presenciais do ambiente virtual.
Para o professor, quando os alunos se conectavam sem ligar a câmera, dava a sensação de estar falando sozinho, exigindo-lhe autoconfiança e energia para continuar. Para os alunos a exigência também aumentou, porque eles foram solicitados a participar e a interagir nos trabalhos individuais e em grupos com mais frequência. Precisavam ler, resumir, estruturar e apresentar seu entendimento sobre o tema em questão. Além disso, os alunos estavam em seu ambiente doméstico ou de trabalho sujeitos a distrações que resultava difícil manter o foco. O semestre iniciou com as aulas contando com a presença física dos alunos e dos professores, migrou para as aulas síncronas virtuais e, entre expectativas e frustrações, terminou com aulas presenciais virtuais.
E o que foi constatado ao final?
Examinei a presença no ambiente virtual e os resultados do processo de avaliação dos alunos realizado em âmbito nacional sobre o conteúdo ministrado. Fiquei impressionado com a relação entre a presença no ambiente virtual e os resultados positivos da avaliação. Nas duas turmas em que analisei caso a caso as notas finais estiveram diretamente ligadas a presença em sala de aula virtual. Alunos que participaram de todas as aulas tiveram as maiores notas. Alunos que menos participaram das aulas tiveram as menores notas. Destaque-se: as notas não foram atribuídas por mim. Portanto, entendo que aulas síncronas dadas no ambiente virtual são aulas presenciais.
Enfim, aulas, eventos, trabalhos, relacionamentos ou inovação o virtual não é antônimo de real, mas pode ser antônimo de físico. A presença é a questão fundamental para a inovação. Estar num ambiente ou noutro vai muito além do aspecto físico. Antes da pandemia as pessoas usavam a tecnologia de seus celulares para se ausentarem de onde estavam fisicamente. Nesse momento, as pessoas usam essa mesma tecnologia para estarem onde gostariam de estar fisicamente e não podem. Certamente continuaremos a ter pessoas que estarão ausentes, seja no ambiente físico ou virtual. Porém, essa é uma escolha individual.
Assim, cabe àquele que quer inovar identificar para onde as pessoas querem ir. Fala-se muito em humanizar, transformar e inovar, mas tudo isso somente tem sentido com a presença, que é uma escolha individual. Humanizar para transformar com humanidade? Transformar com inovação e humanidade? Inovar com humanidade para transformar? Ambiente físico ou virtual? Não importa.
É PRECICSO ESTAR PRESENTE!
Moacir Rauber
Blog: www.facetas.com.br
E-mail: mjrauber@gmail.com
Home: www.olhemaisumavez.com.br
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