As dark kitchens, também conhecidas como dark restaurants ou ghost kitchens, já se mostravam uma tendência promissora antes da pandemia, mas foi somente após a Covid-19 que se consolidaram entre pequenas e grandes franquias de restaurantes. A proposta é simples e vantajosa para empreendedores: trata-se de estabelecimentos direcionados exclusivamente ao preparo e delivery de refeições, sem atendimento ao público. O lugar é frequentado apenas por funcionários e, pode até mesmo ser compartilhado com outros restaurantes. De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), no segundo trimestre de 2021, 57,4% das franquias que atuam no Brasil já haviam adotado esse novo modelo de negócios. Dentro desse número, 21,3% já estão atuando ativamente com suas próprias dark kitchens e 11,5% ainda estão em fase de implementação. Das 252 redes que foram consultadas, 42,6% alegaram não ter interesse em aderir ao formato, até aquele momento, as ghost kitchens já representavam 7,2% de todo o faturamento de franquias do gênero. O processo de preparo e distribuição de alimentos não se difere de um restaurante tradicional, mas conta com a vantagem de ser menos custoso para quem está empreendendo. Os maiores gastos ficam concentrados no aluguel do estabelecimento (que é bem menor que o de restaurantes tradicionais, que recebem clientela) e na compra de insumos, dispensando a necessidade de colaboradores que não atuam na cozinha e da manutenção do espaço, que fica a cargo do proprietário do imóvel. De acordo com especialistas, uma franquia pode economizar de 30% a 40% ao utilizar dark kitchens para delivery. A praticidade também é outra forte qualidade do formato. Franquias de restaurantes famosos que ainda não se consolidaram 100% no delivery estão vendo uma oportunidade de mudar o cenário e se dedicar melhor às entregas, sem abrir mão de sua operação em pontos físicos. Com as plataformas de delivery de alimentos fazendo toda a intermediação entre o cliente, o restaurante e o entregador, ficou ainda mais fácil atuar no segmento de uma forma mais imediata. As dark kitchens ainda são novidade no Brasil, mas também se mostram um negócio promissor para pequenos empreendimentos, que não são necessariamente franquias. Uma alternativa válida para donos de restaurantes e lanchonetes menores é realizar investimentos seguros como o CDI e o CDB para levantar capital e expandir o negócio com uma ghost kitchen, sem interferir nos pontos já existentes. A projeção é que, até 2027, esse mercado já esteja movimentando aproximadamente 71 bilhões de dólares, então os primeiros que aderirem à tendência certamente colherão bons frutos em médio e longo prazo. E você, já sabia desse modelo de negócio?