Todo mundo quer inovar, porém poucos entendem o conceito e conseguem de forma efetiva e sustentável incorporar práticas inovadoras no seu dia a dia. Um dos grandes desafios dos pequenos negócios é como enfrentar o difícil caminho da inovação e criar novos produtos, serviços e experiências que apaixonem clientes e usuários.
O que diferencia empresas bem-sucedidas das não tão bem-sucedidas é a capacidade de inovar, gerar valor. Quem já entendeu isto vem buscando ferramentas para melhorar seus processos e estratégias e, fundamentalmente, possui um processo bem estruturado de gestão de projetos de inovação.
E como se dá este processo de gestão da inovação? É importante citar que existem inúmeros modelos e abordagens disponíveis para serem trabalhados e adaptados. Porém, devemos estar atentos a como tais ações serão implementadas, considerando o contexto da organização em que estarão inseridas.
O modelo que particularmente mais me agrada é a abordagem do Design Thinking na gestão de projetos de inovação, já que ela ajuda a estimular a capacidade de ser intuitivo, reconhecer padrões e desenvolver ideias que tenham significado não apenas funcional, como também emocional.
Trata-se de uma ferramenta de inovação na solução de problemas que estimula o trabalho colaborativo e coletivo com uma perspectiva de empatia plena entre os parceiros de negócio. Com as pessoas no centro do desenvolvimento, a abordagem funciona em 05 etapas:
- Empatia
A pergunta que se faz é a seguinte: conseguimos de fato nos colocar no lugar das pessoas? Através de observação e interações definem-se as necessidades e insights que ajudam a moldar o olhar em relação aos clientes.
- Definição
Definir o que desenvolver, de forma incremental e interativa. O escopo do projeto pode não estar detalhado, mas precisa ser definido. Nesta etapa, o Project Model Canvas pode ser uma ferramenta interessante.
- Ideação
Etapa onde efetivamente começa a se pensar fora do lugar comum, propondo soluções para o problema proposto. Não há limite de ideias nesta fase, sendo indicado que tenha variedade de perfis das pessoas envolvidas na ação.
- Prototipagem
Fase de validação das ideias geradas. É o momento de ver o que se encaixa no projeto, juntar propostas, fazer ajustes e colocar a mão na massa. Esta é a etapa onde o conceito de inovação aberta deve estar mais presente, fazendo o desenvolvimento em parceria com parceiros de negócio e clientes.
- Teste
Chegou a hora de experimentar os protótipos que foram desenvolvidos, validar com parceiros de negócios/clientes e escolher o que faça mais sentido, gerando resultados para a empresa.
O que precisa ficar claro, independente da metodologia, abordagem ou ferramenta utilizada, é que quando falamos em projetos de inovação partimos do pressuposto que a empresa sabe o problema que está resolvendo. Parece fácil, mas não é. É por isso que muitos produtos e serviços não tem o sucesso projetado, pois há um desalinhamento entre problema e solução, com empresas entregando ao final o que o cliente não deseja.
É muito comum empresas fracassarem em seus projetos, e vejo isso como algo bastante positivo, já que é uma forma de aprendizado quando se deseja construir algo verdadeiramente impactante. O fracasso, entretanto, normalmente custa caro. É por isso que um dos princípios de empresas inovadoras é fracassar da forma mais rápida e barata possível.
Posto este cenário, a busca constante por conhecimento sobre abordagens, práticas e ferramentas se torna obrigação para qualquer empresa, independente do seu porte. Mas o mais importante: para que a inovação realmente aconteça e se torne um hábito, é preciso mudança cultural e comportamental. Uma revisão completa da forma de pensar e atuar. E isso vai de empresa para empresa.