Não é de hoje que Morretes é referência na produção de cachaça, a tradição atravessa séculos e já atraiu até a realeza! Em 1733, João Almeida, um dos primeiros colonizadores da cidade litorânea, já mantinha um alambique às margens do Rio Nhundiaquara. Nos tempos do Império, a cachaça já era tão famosa que os registros apontam que Dom Pedro II em sua passagem pela região, visitou um ponto de produção para fazer a degustação do produto. Anuário da Cachaça Em junho de 2019, a bebida foi referendada no Anuário da Cachaça pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Isso quer dizer que Morretes é uma das cidades mais importantes na produção de cachaça, principalmente quando se leva em conta a proporção de alambiques por habitantes. Em médio, o município tem um produtor regularizado a quatro mil habitantes, o que o coloca em nono lugar no ranking. A consolidação A consolidação dos produtores de cachaça de Morretes se deve à Indicação Geográfica (IG) fornecida pelo Sebrae. Na prática, o produto é catalogado quando carregam valor histórico e cultural para a cidade, como se fosse um símbolo de reconhecimento local, devendo ser protegido e incentivado por meio de políticas continuadas. Todo esse processo começou a ser desenvolvido em 2013 em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-PR), que disponibilizou cursos e desenvolveu programas de boas práticas agrícolas. Vale ressaltar que para a produção de cachaça, a matéria prima (cana de açúcar) deve ser plantada próxima aos alambiques. Outra iniciativa que contribui para o sucesso dos produtores de cachaça de Morretes é que o Sebrae-PR fez um mapeamento dos pontos de produção e orientou os produtores a se regularizarem e investir em qualidade. Com isso, os produtores profissionalizaram a produção e se adequaram a parâmetros técnicos e normas sanitárias. O resultado? Cachaça de melhor qualidade, agregando valor ao produto e aumentando a produtividade e, consequentemente, obtendo mais lucro. Regularização e a ascensão Antigamente, a cachaça era um produto depreciado. Hoje, com o aumento da qualidade, o produto que se tornou premium é degustado como se fosse uma cerveja artesanal ou até mesmo um vinho fino. Isso se deve pela regularização dos produtores, especificações do setor e, principalmente, às práticas agrícolas implementadas pelo SENAR-PR. Com isso, houve o impulsionamento da produção regularizada no Paraná, deixando o estado entre os dez primeiros estabelecimentos produtores de cachaça registrados. Hoje, são 27 alambiques paranaenses regularizados (nono lugar no ranking). Quer saber mais sobre o Programa Origens Paraná? Acesse o link e saiba tudo sobre atuação,análise do potencial, estruturação, mercado, visibilidade e muito mais!