Por isso, depender de uma pessoa para que uma franquia seja bem sucedida não é algo saudável. Alguns modelos de negócio, por exemplo dependem do "toque do dono" e as coisas funcionam porque ele está presente. Por isso, dificilmente a marca se torna franqueável. O jeitinho do dono não pode prevalecer. Na verdade, é justamente o processo que deve ser o responsável pelo padrão.
Negócios muito artesanais, ou seja, muito dependentes de uma pessoa, não possuem viabilidade no franchising. Já, negócios escaláveis com um viés semi-industrial onde o processo é o guia para atingir o padrão, as chances de sucesso como rede de franquia é muito grande.
1. Importância da padronização
Há variados segmentos de negócios no franchising. Seja na prestação de serviços, no varejo, alimentação ou até na indústria, uma marca para ser franqueável não pode depender de uma pessoa.
Dificilmente um negócio começa grande, por isso, a empresa quando busca franquear, geralmente possui pequeno porte e muitas vezes a dependência do seu fundador, gestor ou proprietário pode ser fator determinante entre franquear ou não franquear. Para franquear é preciso ter padrão e ser duplicável.
Na verdade, o sistema franchising visa capitalizar economias de escala e benefícios que vem de operações localizadas. Embora os franqueados possam ser considerados pequenos negócios com alguma independência e conhecimento local, a conformidade com a padronização do sistema pode ser crítica para obter benefícios de escala, bem como perceber e manter a imagem desejada durante o estágio de crescimento da franquia. No entanto, os requisitos de padronização do franqueador exigem que os franqueados façam investimentos específicos no sistema, o que os torna mais vulneráveis ao franqueador. Porém, essa é a condição para uma relação ganha ganha.
Portanto, se um franqueado pode confiar no franqueador, torna-se um fator importante que facilita seguir a padronização exigida pela marca. Essa padronização afeta positivamente tanto as vendas quanto o desempenho do serviço e a confiança mútua entre franqueador e franqueado torna-se o combustível para o sucesso do negócio.
2. As vantagens da padronização
Ao padronizar as operações, é fácil estabelecer em um contrato e até nos manuais, exatamente o que o franqueado deve fazer. Se ele se desviar desta abordagem padronizada, o franqueador pode rescindir o direito do franqueado de operar o ponto de venda e vendê-lo para alguém que seguirá as regras. Sem operações padronizadas, é difícil saber se o desvio da franquia é inadequado. Isso torna difícil redigir contratos especificando as ações do franqueado e ainda mais difícil fazer cumprir esses contratos depois de redigidos.
Essa preferência pela franquia em setores nos quais produtos ou serviços são padronizados é a razão pela qual tendemos a ver a franquia em serviços como por exemplo na assessoria contábil, mas raramente na assistência médica. O processo de preenchimento de formulários fiscais pode ser padronizado, não havendo contratação e acompanhamento. O processo para fazer cirurgia cardíaca não pode ser padronizado, e a falha em personalizar quando necessário pode ter resultados adversos muito graves.
A franquia também funciona melhor em setores nos quais a operação do negócio pode ser codificada. Codificar é o processo de escrever algo. Codificar uma empresa significa anotar as rotinas e procedimentos relativos à operação, desde o pedido de suprimentos até o atendimento aos clientes e a manutenção de máquinas e equipamentos. Por exemplo, o Mcdonald´s dá aos seus franqueados receitas dos lanches, como o Big mac de forma bem específica, com treinamento e procedimentos de como e quando fazer os lanches. Como já dissemos anteriormente, a franquia é mais eficaz em setores nos quais rotinas e procedimentos podem ser codificados porque o modo de negócios depende da capacidade de redigir manuais para reger as ações e obrigações dos franqueadores e franqueados. Para controlar o comportamento de seus franqueados e garantir que seus padrões sejam mantidos, é importante ter esses padrões definidos em contrato.
A franquia também exige um setor no qual uma pessoa comum possa aprender o funcionamento do negócio apenas com o treinamento que você, o franqueador, fornece em alguns dias ou semanas. Por exemplo, Subway um dos maiores franqueadores do mundo, oferece apenas duas semanas de treinamento para seus franqueados antes de enviá-los para administrar seus próprios negócios. A necessidade de curtos períodos de treinamento é algo que torna a franquia mais eficaz em setores como fast food.
Enfim, treinamento e procedimentos são essenciais para se duplicar um modelo de negócio. Padronização é a palavra-chave enquanto dependência do dono impede o franqueamento de uma marca.
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Abraço, Elizete!