O turismo de um destino é formado por uma série de atores que formam a engrenagem do turismo. Esse mecanismo de gestão, que pode ser chamado de governança local, faz com as ações voltadas ao desenvolvimento do turismo sejam planejadas, operacionalizadas e realizadas. Na maioria dos casos, fazem parte da engrenagem do turismo o poder público, a iniciativa privada e o Conselho Municipal de Turismo, cada um com uma função. O poder público normalmente é representado pela Secretaria de Turismo ou o departamento de turismo (também conhecido como OOT - Órgão Oficial de Turismo). A iniciativa privada pode ser representada: Por fim, o Conselho de Turismo é o órgão que reúne diferentes atores para, onde acontecem as deliberações e discussões sobre as ações necessárias. Todo destino turístico, minimamente organizado, tem uma pasta responsável pelo turismo local. Pode ser uma Secretaria dedicada ao turismo, pode ser um Departamento de Turismo, ou ainda uma Diretoria de Turismo. Existem diferentes nomes, mas, tecnicamente, todos eles representam o Órgão Oficial de Turismo (OOT). Essa organização representa o poder público na engrenagem do turismo. A função do OOT, é planejar e direcionar o turismo local. Ou seja, o OOT que pensa e articula as legislações necessárias, organiza o Fundo de Turismo Local, reúne os atores do turismo para desenvolver as ações necessárias, investe em infraestrutura de apoio ao turismo, organização e articulação de roteiros e experiências. Reparem que não foi mencionada a organização de festas ou realização de eventos. Isso não cabe ao município e sim, à iniciativa privada, que obtêm lucro com esse tipo de eventos. A iniciativa privada é quem obtém lucro direto com o turismo em um destino. Claro que a administração pública recebe através de impostos valores consideráveis, porém, é uma das últimas a ter acesso aos recursos. A iniciativa privada de um destino tem o papel de criar e ofertar as experiências e os produtos que serão consumidos como; hotéis, pousadas, restaurantes, agências, parques entre outros, que fazem o destino atrativo para os visitantes. Sem eles, as pessoas não se motivam a viajar. Promover a cidade é outra função que a iniciativa privada pode assumir, para não deixar que as burocracias do poder público atrapalhem o marketing local. Parte da organização da iniciativa privada pode ser feita através do associativismo. Quando somente um ator tem vontade de desenvolver um destino, normalmente, o esforço para isso é imensamente maior, pois ele concentra em si todos os esforços necessários. Quando os atores envolvidos trabalham em conjunto as ações são mais ágeis e fáceis. Cada um responsável pelo que lhe compete agiliza os processos. Porém, o associativismo não pode ser somente nos momentos de planejamento, e sim na execução das atividades. Com isso, o turismo não fica dependente do poder público, o que deixa o processo mais lento e burocrático. Partindo do trabalho em conjunto, os empreendimentos privados e os atrativos públicos podem atuar, simultaneamente, para desenvolver o turismo local. Temos vários exemplos de associativismo voltado para o turismo em São José dos Pinhais. Basta observar os roteiros de turismo existentes: Caminho do Vinho, Rota das Colônias e Caminhos da Colônia Murici. Esses roteiros atuam amparados por uma associação que reúne os empreendedores, planejando e realizando várias ações em prol de todos. Observando os princípios do Destino Turístico Inteligente, onde a Governança é um dos elementos fortes e avaliados, ter um grupo composto pelos poderes público e privado organizados em prol do desenvolvimento do turismo local é essencial. A partir desse pressuposto, é possível gerir um destino turístico de maneira racional e responsável, com cada um exercendo seu papel. NICOLAS NERING