Se tem algo com que praticamente todo mundo concorda é que '2020 foi um ano difícil'. Muito dessa dificuldade, claro, se deve à pandemia do novo coronavírus, que provocou mudanças e impôs desafios ao mundo todo. A princípio, a chegada de 2021 trouxe um certo otimismo, mas é importante manter as expectativas sob controle, pois ainda há muito trabalho a ser feito em todos os setores.
A questão da saúde
Naturalmente, uma das áreas mais impactadas no ano passado foi a da saúde: a rápida disseminação do vírus e a pouca informação disponível sobre como controlá-lo e reduzir o número de vítimas, especialmente no início da pandemia, geraram incerteza e levaram governos e populações a buscarem desesperadamente por soluções diversas, muitas das quais não foram eficientes.
Há muita esperança sendo depositada na imunização por meio de vacinas. No momento em que escrevemos este texto, há pelo menos seis aprovadas e sendo distribuídas: a da Pfizer/BioNTech, a da Sinovac Biotech, a da Moderna, a da CanSino Biologics, a da Sinopharm e a do Gamaleya.
A grande maioria dos governos ao redor do mundo pretende diminuir as restrições sanitárias caso a aplicação de vacinas tenha o efeito desejado de reduzir a circulação do vírus e fortalecer a saúde das populações.
Agora, vamos focar no Brasil.
O desafio dos serviços
Em entrevista ao jornal Extra, o doutor em Economia Cláudio Considera resumiu a dificuldade de um dos principais setores da economia: 'O ano de 2020 foi um fracasso em todo o mundo porque o setor de serviços, que é um dentre as principais atividades em diversos países, teve que enfrentar medidas restritivas. Esse segmento depende fundamentalmente das interações entre as pessoas e não pode operar como de costume para evitar maior contágio.'
Muitos negócios tiveram que praticamente se reinventar usando meios digitais. Um exemplo são os consultórios médicos que adotaram atendimento por telemedicina para poder analisar e orientar seus pacientes com segurança, evitando aglomerações. O mesmo ocorreu com muitos palestrantes e consultores que migraram para o ambiente virtual.
É claro que nem todo serviço pode ser prestado remotamente muitos empreendedores passaram a atender a domicílio ou restringiram seu volume de atendimento. A tendência é que esse tipo de adaptação continue bastante presente, ao menos no primeiro semestre de 2021. Uma eventual mudança depende muito do sucesso na imunização da população e no controle da circulação do vírus.
Reformas e responsabilidade fiscal
No Brasil, a economia é fortemente impactada pelas ações do Estado. Um exemplo recente disso foi o auxílio emergencial, que a princípio ajudou muitas pessoas a 'segurar as pontas' mas ao mesmo tempo pesou no orçamento da União. Outro exemplo são as restrições adotadas por governos estaduais e municipais para atividades econômicas o setor privado precisou se adaptar às imposições, e nem sempre os governos puderam oferecer uma contrapartida para aliviar as contas (como isenção fiscal, por exemplo).
Os autores do blog Terraço Econômico, ao analisar o cenário econômico esperado para 2021, apontaram a questão das grandes reformas e por que determinadas lideranças políticas têm interesse em sua aprovação: '(...) tanto Congresso quanto governo deverão ter interesse em deixar suas marcas nesse próximo ano dentre outros motivos para poder usarem tal vantagem no ano eleitoral que ocorre depois'.
'Caso a estratégia a ser utilizada para a discussão das reformas em 2021 seja a mesma de 2019 com a reforma previdenciária,' explicam, 'podemos prever que ao menos uma das duas reformas mais importantes para o momento (tributária e administrativa) deve ser aprovada em 2021.' Mas fazem uma ressalva: isso deve acontecer caso o foco dos políticos seja o mesmo de 2019.
A população, além de pressionar seus representantes, deve seguir com duas práticas que foram vitais em 2020: manter a esperança e cuidar da saúde. 2021 ainda será um ano de adaptação, onde devemos ter paciência que novos, e bons, ventos virão.
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