Já há algum tempo o empreendedorismo é uma vertente abordada na área empresarial. Mais recentemente também passou a ser abordado em outras áreas como o esporte, a saúde e a educação. De fato, o conceito de empreendedorismo pode ser usado em todos os lugares, mas requer mudanças e evolução, sobretudo no tocante a sua aplicabilidade no ensino.
Mas o que é o empreendedorismo de fato? Empreendedorismo é a iniciativa de mudar algo em uma empresa ou lugar, de se implementar mudanças inovadoras, baseadas em ideias criativas seguidas de ação, e o mais importante no Empreendedorismo, são Comportamentos.
É plenamente possível levar o assunto empreendedorismo para sala de aula, podendo estar presente em todo o período escolar, desde o ensino fundamental até a formação profissional. Muitos deles já podem ter até uma predisposição para viver essa realidade, sobretudo se tiverem exemplos no círculo familiar ou de amizades. A ideia principal é querer mudar para melhorar a situação de uma comunidade, da escola ou da própria cidade.
Porém, quem trabalha em instituições educacionais pode estar se questionando: como levar o empreendedorismo para sala de aula?.
A educação empreendedora existe desde o século XVII e tem origem na economia com Jean-Baptiste Say (economista francês), buscando inspirar alunos a ter vontade de empreender, procurando desenvolver neles as qualidades e habilidades necessárias.
Aqui no Brasil, o movimento do empreendedorismo nas instituições de ensino vem crescendo, e já surtem efeito em alguns casos como é o exemplo dos Colégios Sesi Paraná: 45 unidades escolares e mais de 13 mil alunos, tiveram as salas de aulas modificadas para atenderem a nova perspectiva de estudo. As carteiras foram reorganizadas em rodas, incentivando o trabalho em grupo e o compartilhamento dos conhecimentos. Com a introdução desse método, buscou-se desenvolver a autonomia, o trabalho em equipe, o respeito pelos membros do grupo, o desafio e a interdisciplinaridade. Juntos foram provocados a solucionar problemas, desenvolvendo assim cada aluno.
Outros exemplos de atividades de empreendedorismo para sala de aula são:
- Criar um projeto junto ao corpo docente para propor aos alunos o desafio de criar a Semana do Empreendedorismo na escola;
- Realizar palestras para explicar o que é empreendedorismo;
- Trazer empreendedores locais para a escola para contar suas trajetórias empreendedoras;
- Realizar dinâmicas em equipes para desenvolver habilidades como criatividade, planejamento e inovação;
- Aliar empreendedorismo à tecnologia para despertar o interesse e a atenção dos alunos, etc.
Porém não é uma coisa fácil, e a grande dificuldade aqui no Brasil, em se implantar o empreendedorismo nas escolas pode estar na resistência em se fazer algo novo, que requer mudar o que já está pronto e que muitas vezes levou tempo para ser construído.
Mas é possível. Deve-se falar naturalmente sobre o assunto. Explicar que o empreendedorismo é uma forma eficiente de despertar nos alunos a curiosidade sobre o tema. As escolas podem e devem ser berços para mudanças. As crianças nascem empreendedoras: quebram coisas e as recriam, têm ideias fantásticas, são criativas e têm a imaginação à flor da pele. É uma pena que essas habilidades sejam podadas diante das regras impostas no decorrer de sua vida, muitas vezes pela própria escola. Implantar o empreendedorismo nas instituições de ensino é a oportunidade de se resgatar esse instinto inovador das crianças.
A aplicação do empreendedorismo na sala de aula estimula esse pensamento inovador e prático, além de desenvolver nos alunos o pensamento crítico e criativo. As maiorias dos professores que já trabalharam o empreendedorismo em sala de aula relatam que conseguiram despertar mais o interesse dos seus alunos durante as aulas, além de ter uma turma mais motivada e participativa.
Para tanto, é necessário que haja preparação dos professores sobre o tema. É preciso estudar, debater e repensar a prática pedagógica, implementando práticas envolventes que despertem o interesse dos alunos, mostrando que podem ser agentes transformadores da realidade.
Sobretudo, o professor deve estar preparado e consciente para que não confunda empreendedorismo com ganhar dinheiro. Claro que o lucro é o objetivo principal de qualquer empreendimento, mas não é esse o enfoque a ser trabalhado pela educação empreendedora nas escolas. O intuito é despertar o espírito de equipe e cooperação, para que o aluno seja um ser social capaz de ter ótimas ideias e construir algo bom para si e para a sociedade.
Hoje em dia, mais do que nunca, sentimos a necessidade de ensinar conteúdos que vão além das disciplinas escolares. Muito mais que fornecer a bagagem necessária para ter bom desempenho no vestibular, é preciso preparar os alunos para a vida.
Só precisamos ter em mente que não adianta apenas falar sobre a relação entre empreendedorismo e educação. É preciso criar ações efetivas para que este seja implementado. Não existe empreendedorismo sem ação.