Caros Apaixonados por INOVAÇÃO e a longevidade de todos os formatos de empreendimentos!
Dentre tantos temas e termos novos que tem surgido nos últimos tempos, numa onda avassaladora de mudanças e transformações na nossa sociedade e na economia; um assunto me chama atenção, o CAPITALISMO CONSCIENTE. Gradativamente vem sendo abordado e de forma crescente, toma um espaço de valor das palestras on line, nos congressos, na prática da gestão e nas ações de organizações e sociedade que começam a construir um pensamento e atitudes diferentes à partir deste reestudo do conceito do capitalismo.
Quero antes de tratar sobre o conceito e a prática, ressaltar uma frase dos médicos Chineses ao chegarem à Itália em Abril de 2020, para ajudar no socorro aos pacientes do COVID19 - Somos ondas do mesmo mar, folhas da mesma árvore e flores do mesmo jardim. Essa frase é uma reflexão que pode, nos mostrar que estamos vivendo um novo tempo, mas precisamos compreender e assimilar a mensagem.
Então, o que significa CAPITALISMO CONSCIENTE?
É um movimento global que se originou nos Estados Unidos à partir de um estudo acadêmico conduzido por Raj Sisodia, Jaf Shereth e David Wolf O estudo tinha o objetivo de verificar como algumas empresas conseguiam manter alta reputação e fidelidade dos clientes sem ter investimentos exorbitantes em publicidade e marketing. Antes de ser publicado, o estudo chegou ao conhecimento de John Mackey, CEO da Whole Foods, que identificou no manuscrito muitas características e atitudes que há muitos anos já aplicava em seu negócio. Posteriormente, com a contribuição de Mackey, o estudo evoluiu para o livro Empresas Humanizadas, publicado em 2007, que explana sobre, como as empresas se beneficiam a partir da paixão e do propósito. Iniciava-se, então, o movimento Capitalismo Consciente. Hoje, a sua prática é baseada em quatro princípios:
- Propósito maior - Uma orientação pela causa pela qual a empresa existe;
- Cultura consciente - A incorporação dos valores, princípios e práticas subjacentes a consciência social de uma empresa;
- Liderança consciente - Que remete à redefinição do papel do líder como principal guardião do propósito e da cultura da organização;
- Orientação para stakeholders - A geração de valor para todas as partes interessadas e não apenas aos acionistas.
Esses princípios auxiliam empresas criando confiança e negócios saudáveis, perenes e resilientes. Fonte: Instituto Capitalismo Consciente (www.ccbrasil.cc).
MAS, E O QUE ESSE CONCEITO TEM A VER COM A INOVAÇÃO DE PEQUENOS NEGÓCIOS?
Excelente pergunta! Pois em um mundo globalizado, onde não temos mais diferenças de modelo ou metodologias de gestão de grande empresa para as pequenas, percebemos que muitos pequenas negócios já nascem com perfil, práticas e conduta, normalmente vistas nas grandes corporações. As novas demandas da sociedade, se tornaram igualmente prioridades para mudanças às empresas, independentemente de tamanho. Uma Startup, por exemplo, precisa atuar e criar inovações, defendendo a mesma política que o seu cliente, e este, muitas vezes uma grande empresa, que já adere à uma política de capitalismo consciente. E por isso, que trazemos esse conceito aqui para ser estudado e praticado.
Outra questão muito importante que precisamos abordar, é que o momento da economia mundial pede, empresas mais humanizadas e mais sensíveis as necessidades das pessoas, empresas que defendem práticas e conduta mais consciente e mais responsável. Se olharmos para as bibliografias dos grandes mestres da gestão lançadas nos dois últimos anos; ouso à dizer que, quase todas abordam essa proposição das empresas com propósito e mais humanizadas, como o melhor caminho para a gestão, os produtos e serviços que criamos.
NA PRÁTICA DO CAPITALISMO CONSCIENTE, COMO FUNCIONA?
Não foram apenas os médicos chineses oferecendo uma resposta à crise provocada pela pandemia do corona vírus. Uma série de empresas, tidas como grandes concorrentes, nos últimos meses passaram a adotar práticas mais conscientes e ações de cooperação em prol do bem coletivo. Uma atitude de empatia, preocupação e atenção com o próximo. Para observar o fenômeno dessa mudança, a Humanizadas, em parceria com o Instituto Capitalismo Consciente Brasil e pesquisadores da Universidade de São Paulo (EESC-USP), compararam as práticas emergentes dos negócios em resposta à crise do covid-19, com as práticas das empresas de destaque na 1ª Edição da Pesquisa Empresas Humanizadas em 2019 (Humanizadas-19). Essa análise utilizou a lente dos 10 MetaCapitais propostos pelo Prof. Sean Esbjörn-Hargens (PhD). Os resultados não podem ser generalizados para todas as empresas, mas trazem valiosos insights e reflexões, no Relatório da Pesquisa Práticas Emergentes dos autores Pedro Paro, Rodrigo Caetano e Mateus Gerolamo. Segundo os autores da publicação, Diante desse contexto, nos sentimos na obrigação genuína de espalhar a mensagem de quem está fazendo algo de diferente para, de fato, tentar elevar a humanidade quando ela deixa de ser prioridade. Acesse o relatório - https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/152867/1591656350Relatrio_Prticas_Emergentes_Covid_29-04-2020.pdf
No estudo também veremos as mais variadas práticas que podem ocorrer em cada um dos capitais existentes nas empresas e possíveis ações durante a pandemia: capital humano, capital social, capital cultural, capital psicológico, capital manufaturado, capital natural, capital espiritual, capital saúde, capital financeiro e capital intelectual.
E QUAIS SÃO OS DIFERENCIAIS DE UM NEGÓCIO MAIS CONSCIENTE?
Em síntese, no Capitalismo Consciente, os negócios não se restringem apenas a geração de lucro, renda e empregos mas também a valores de bem estar social e cuidado com as pessoas. Estamos acostumados com a ideia de que a razão de ser das empresas é dar lucro aos proprietários. Porém, o que percebemos na pesquisa realizada e em muitas outras ações ocorridas durante esse período da pandemia, é que a sociedade mudou rapidamente e passou à querer muito mais este perfil de empresa, que defende uma conduta mais consciente de se fazer negócios. A percepção que tenho, é que os valores intangíveis dos negócios de modo geral, se tornaram ainda mais valiosos do que já eram.
ENTÃO, SE EU FOR CRIAR UM PROJETO INOVADOR, O QUE PRECISO PENSAR PARA ADERIR À ESSA PROPOSIÇÃO DA INOVAÇÃO MAIS CONSCIENTE?
Estamos falando repetidamente nos textos anteriores que, qualquer inovação, mesmo com foco para uma nova tecnologia, precisa suprir as pessoas e vivemos um momento da humanidade onde as pessoas querem mais de uma empresa, querem mais de um produto ou de um invento. E todas as questões de respeito social, ambiental e econômico, passam a ser propósito social, ou seja, se seu projeto ou negócio, não estiver inserido, talvez seja rejeitado pelo público comprador. Quando analisamos as tendências de consumo, também percebemos essas demandas de inovações com propósito, produtos que sejam mais sustentáveis e que cuidem das pessoas, hoje a maior prioridade.
CONCLUINDO:
Precisamos criar inovações e negócios que:
- Façam a conexão entre propósito, visão estratégica e impacto social.
- Que criam valor, são éticos, proporcionam a transformação e tiram as pessoas da pobreza, gerando prosperidade.
- Que geram riqueza e realizam a inclusão social das pessoas, elevando sua dignidade.
- Negócios conscientes com um propósito que trate todas as partes interessadas de forma equalitária.
Na verdade, não sabemos o que vai acontecer. O que sabemos com certeza é que o bem estar da humanidade e a continuidade da vida na Terra dependem muito da abordagem de negócios e de capitalismo que abraçarmos. Se continuarmos com a mentalidade de curto prazo e de lucro acima de tudo, vamos garantir nosso próprio declínio e ruína. Mas, se reconhecermos os negócios como instrumento de serviço e como uma forma de curar nossos corpos, psiques e sociedades, veremos a ascensão de uma era dourada do ser humano de um florescimento planetário diferente de tudo que já existiu,' defende Raj Sisodia.
PORTANTO, As boas INOVAÇÕES, são aquelas que geram um bem para as pessoas, meio ambiente e para sua nação!
Quer aprofundar a leitura? Indicações para uma boa leitura:
- Capitalismo Consciente - Raj Sisodia e John Mackey.
- Pesquisa Práticas Emergentes dos autores Pedro Paro, Rodrigo Caetano e Mateus Gerolamo.
- Empreendedorismo Consciente - Pedro Paro e Rodrigo Caetano.
- Empresas Humanizadas - Raj Sisodia, David B. Wolfe e Jag Sheth
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Irene Hoffelder Vioti - Consultora, palestrante e escritora nas áreas: Estratégia empresarial, sustentabilidade, inovação e storytelling empresarial.