Ensinar desde cedo a importância de responsabilidades na vida é papel fundamental dos pais, seja em casa ou na empresa familiar. Mostrar como gerir tarefas e finanças, por exemplo, torna as pessoas capacitadas para lidar com o dia-a-dia no trabalho e com eventuais surpresas, além de preparar a pessoa para assumir o comando da empresa.
Segundo o IBGE, 70% das empresas familiares encerram suas atividades após o falecimento do fundador. Isso ocorre devido a ausência de um plano de sucessão. Sem planejamento estratégico, administrativo e jurídico para lidar com a mudança, as organizações ficam vulneráveis pela ausência de um direcionamento.
Um estudo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) descobriu que 55% das empresas familiares entrevistadas não têm programa de sucessão. A saída de um líder pode ocorrer de duas formas, aposentadoria ou falecimento, e a empresa precisa estar preparada para ambas.
Como a morte, muitas vezes, é inesperada, a família precisa ter um planejamento antecipado. Além de falecimento, outras situações podem afetar a empresa da mesma forma, por exemplo, casamentos e divórcios.
De acordo com estudo da consultoria People Oriented, 15% das empresas familiares se mantém em funcionamento na terceira geração de sucessão.
O plano de sucessão familiar deve ser iniciado desde os primórdios da empresa, quando o fundador começa a perceber e incentivar o potencial de liderança em seus familiares.
É importante conversar com os sucessores sobre seus interesses profissionais para o futuro. Se pretendem continuar na empresa, o líder deve buscar formas de capacitação profissional para eles, através de cursos e treinamentos
Ser filho do dono não é motivo suficiente para crescer rapidamente na hierarquia da empresa. Muitos sucessores ganham papéis importantes na organização mesmo que não tenham qualificação ou experiência.
Isso pode acontecer por vaidade do líder, para manter seus filhos sob sua proteção. Quando não há aprimoramento profissional, a empresa perde espaço para crescer. Portanto, os sucessores precisam se dedicar ao trabalho e conquistar a confiança do líder para assumir o futuro da empresa.
Um estudo da PwC em 53 países apurou que 350 mil empresas familiares terão novos líderes, devido à aposentadoria dos atuais chefes. Porém, o problema é que 15% possui um plano de sucessão formal. A falta desse projeto pode criar conflitos e enfraquecer a estrutura e o futuro da empresa familiar.
Quando há um acordo societário ou algum outro tipo de documento formal, esse processo se torna muito mais simples. Porém, quando não há interesse dos filhos em assumir a direção da empresa, porque eventualmente já possuem negócio próprio ou trabalham em outra área, também é possível que eles façam parte de um conselho administrativo.
Dessa forma, mesmo que distantes da tomada de decisão, ainda podem contribuir para os novos rumos da empresa, mantendo a sua visão fiel ao legado de seus antecessores.
Atualmente, a geração de millennials (nascidos entre 1980 e 1996) tem buscado cada vez mais autonomia no campo profissional, por essa razão, algumas pessoas talvez não se interessem pelos caminhos almejados pela empresa de sua família.
Quando não há engajamento dos filhos para assumir o controle, deve-se pensar em buscar alguém qualificado dentro da empresa e, pelo fato de ser de fora da família, o empreendimento perde a estrutura familiar, mas isso não impede que o nome e o legado do fundador sejam levados adiante.
Um projeto de sucessão feito a longo prazo reconhece as perspectivas dos sucessores e das potenciais divergências entre as gerações. Com um plano antecipado, há tempo de discutir essas diferenças e estipular um projeto eficiente e satisfatório para ambos e a empresa em geral.
Portanto, consolidar um projeto de sucessão antecipadamente proporciona um futuro tranquilo para as empresas familiares. Tanto para os fundadores quanto para os futuros líderes, garantindo que a empresa poderá prosperar em paz.