Dinheiro não é assunto de mulher
Apesar de soar estranho, há pouco mais de cinquenta anos era comum ouvir essa frase. Afinal, a participação das mulheres no mercado de trabalho se acentuou, no Brasil, somente a partir dos anos 1970. Antes disso, a grande maioria das mulheres se dedicava às tarefas domésticas, ao trabalho rural, a atividades voluntárias ou relacionadas ao cuidar em hospitais, creches e escolas.
Não era comum ver a mulher sustentando seu lar, muito menos tomando decisões sobre como gastar ou investir o dinheiro, papel que era destinado exclusivamente ao homem.
Hoje em dia, mais de 50% dos lares brasileiros são sustentados por mulheres.
Talvez esse atraso no contato com o trabalho e a renda possa explicar em parte porque somente 30% das mulheres são consideradas alfabetizadas financeiras, em comparação a 35% dos homens, de acordo com o estudo do Centro de Excelência em Alfabetização Financeira Global, da Universidade George Washington, nos Estados Unidos.
Outro aspecto que certamente pode influenciar a dificuldade feminina em poupar e administrar o dinheiro é a desigualdade de renda. Mesmo ocupando as mesmas funções no mercado de trabalho, as mulheres ainda recebem cerca de 25% menos do que seus colegas do sexo masculino, de acordo o relatório da Organização Internacional do Trabalho, da ONU.
Além dos desafios práticos, vale a pena refletir sobre um tema mais profundo que afeta a relação das mulheres com o dinheiro: suas próprias crenças. A forma como enxergamos o dinheiro pode funcionar como uma armadilha e limitar a nossa capacidade de lidar com ele.
Feliz dia das Mulheres a todas nós!