O atual modelo de gestão de negócios está sendo ressignificado, principalmente no mundo pós-pandemia, salientando a necessidade de se resgatar os valores femininos de cuidado, humanização, harmonia e preservação da vida das pessoas e do planeta.
Muitos líderes declaram sua admiração e valorização por pessoas no ambiente das organizações e raros são aqueles que não dizem que as “pessoas são importantes” e/ou que se deve priorizá-las nas rotinas da corporação. Contudo, o grande desafio está em tomar decisões que tenham apreço às necessidades das pessoas, levando em consideração o que realmente importa, de forma genuína e desprovida de quaisquer interesses materiais.
É neste ponto que se destaca a Liderança com Alma Feminina, que funciona a partir da consciência do cuidado essencial para a vida, da criatividade e da sustentação para alcançar autocontrole interno e servir ao mundo altruisticamente.
Ela baseia sua gestão em habilidades como:
Plenitude - capacidade de equilibrar, integrar e unir todas as partes divididas, desenvolvendo o propósito de vida;
Flexibilidade - equilíbrio e foco no bem estar do colaborador e na resolução do problema e;
Congruência - alinhamento entre o propósito e a ação para materializá-lo.
A Liderança com Alma Feminina entende que poder não implica em ter “mais controle” sobre algo ou alguém, mas, sim, usar todo o seu potencial humano para uma mudança real, nas pessoas, nas empresas e na sociedade. Por isso, o modelo da liderança voltado ao “comando”, em que apenas uma pessoa sente-se vitoriosa e destaca-se dos demais, vem perdendo espaço para uma gestão que busca o amor, a colaboração, a empatia e o senso de propósito comum.
Muitas empresas estão valorizando esta liderança com atributos femininos, pois ela promove uma cultura humanizada, onde as pessoas sentem-se seguras e acolhidas. Como resultado, os colaboradores retribuem com melhor engajamento e maior produtividade, uma vez que encontram na cultura organizacional o cuidado que merecem e fazem dela seu símbolo de inspiração e sentimento de pertencimento.
Para se resgatar Alma Feminina das Lideranças é preciso saber que o verdadeiro poder, aquele capaz de impulsionar o mundo, é abundante e ilimitado e vem da energia criativa e inteligência amorosa que existe dentro de cada ser humano, seja ele homem ou mulher.
A Liderança com Alma Feminina usa esse seu poder “verdadeiro” para influenciar positivamente o comportamento de outras pessoas, gerando valor e significado ao mundo ao seu redor. Ela estabelece uma relação de ganha-ganha, fomentando uma afinidade e troca mútua, criando conexão com seus liderados, entendendo as suas emoções e atendendo às suas expectativas.
A Liderança com Alma Feminina coloca as pessoas acima do lucro, pois é movida por um propósito maior, uma força propulsora capaz de criar valor aos seus (multi)stakeholders – colaboradores, acionistas, clientes diretos e indiretos, formadores de opinião, sociedade e planeta. Ela confia nas pessoas e demonstra essa confiança.
Este tipo de liderança não se aprende em escolas de negócios, mas, sim, no exercício da empatia e do deixar-se guiar pelo coração. E aqui está um grande diferencial das mulheres, quando elas descobrem que podem transformar as suas próprias vidas e o futuro do negócio que comandam, por meio da mentalidade de abundância, paciência, amor, esperança e oportunidade, para si e para outros seres humanos.
Fonte:
Bhat, Nilima e Sisodia, Raj. (2019). Liderança Shakti: o equilíbrio do poder feminino e masculino nos negócios. Alta Books Editora: Rio de Janeiro-RJ
Chapman, Bob; SISODIA, Raj. (2020). Todos são importantes: o extraordinário poder das empresas que cuidam das pessoas como gente e não como ativos. Rio de Janeiro: Ed Altas Books.