Recentemente, um artigo publicado na Harvard Business Review, escrito por Tensie Whelan e Elyse Douglas, relatou as limitações nos diálogos entre os setores de sustentabilidade e o financeiro. Isto porque a maioria dos CFO não consegue mensurar, em números, os ganhos com a implantação de atividades socioambientais e de governança nas empresas.
Os autores apontam que as estratégias corporativas de sustentabilidade podem reduzir custos e gerar receitas, mas muitos CFOs ainda não estão certos de que podem criar valor, o que acarreta em pouco financiamento interno para o desenvolvimento deste tipo atividade.
'Atualmente, várias empresas já se comprometeram a melhorar o seu desempenho ambiental, social e de governança (ESG). No entanto, muitos CFOs ainda os percebem mais como um custo e não como fonte de valor. Essa mentalidade dificulta a liberação de recursos do financiamento interno necessário para aumentar sua escala'
Para tornar o diálogo mais próximo, os autores elencaram nove 'fatores mediadores', os quais servem de método de abordagem analítica ao retorno financeiro em investimentos em sustentabilidade. Com isso, é possível medir com precisão os valores criados com a aplicação das estratégias corporativas em sustentabilidade.
Resumidamente, os nove fatores mediadores que produzem resultado financeiro quando aplicados pelas estratégias de sustentabilidade de uma empresa, são:
1. Inovação: o foco na sustentabilidade pode levar à inovação no design, processo, produtos e serviços;
2. Eficiência operacional: uma estratégia em sustentabilidade pode melhorar a eficiência operacional e, com isso, cortar custos reduzindo o desperdício e o uso de recursos naturais;
3. Vendas e Marketing: produtos e serviços sustentáveis podem ajudar a marca a se destacar e ampliar as vendas no mercado;
4. Fidelidade do Cliente: pessoas são mais fiéis às marcas movidas por propósitos, que contribuem positivamente com a sociedade;
5. Gestão de Risco: investidores estão cada vez mais focados nos riscos relacionados à sustentabilidade em mercados, regulamentações, reputação e operações;
6. Relacionamento com Funcionários: os colaboradores se identificam com uma empresa que acreditam ser social e ambientalmente responsável;
7. Relacionamento com Fornecedores: focar na sustentabilidade pode promover uma parceria mais ampla e frutífera com os fornecedores;
8. Cobertura da Mídia: notícias sobre o desempenho ambiental e social de uma empresa são importantes para a avaliação dos clientes e sua intenção de compra;
9. Envolvimento do Stakeholder: atividades de sustentabilidade podem melhorar a relação da empresa com a comunidade local e a sociedade, com impactos financeiros positivos.
Diante do apresentado, considera-se que manter o diálogo aberto e buscar alternativas em conjunto, pensando a sustentabilidade e o retorno financeiro como um único objetivo estratégico da empresa, é um dos caminhos na busca do equilíbrio entre economia e meio ambiente, mantendo a perenidade das empresas.
Recomendo a leitura completa do artigo!
Referência Bibliográfica
WHELAN, T. e DOUGLAS, E. Como falar sobre sustentabilidade com seu CFO: utilize esta ferramenta para medir o retorno financeiro sobre as atividades ambientais, sociais e de governança. Harvard Business Review. Fevereiro, 2021.