Os ambientes de inovação são locais físicos criados com o objetivo de concentrar e facilitar o contato entre pessoas, organizações e ideias, estimulando assim a geração de novas soluções. Esses ambientes podem ser divididos em dois grandes grupos: os chamados ambientes de inovação aberta e os ambientes de inovação fechada.
Ambientes de inovação aberta são aqueles em que as pessoas, as organizações e as ideias estão livres para circular e se relacionar. Nesse tipo de ambiente, não há barreiras para o contato entre as pessoas e as organizações, o que facilita a troca de ideias e a geração de novas soluções.
A ideia é promover uma forma de inovação mais colaborativa e diversa. Nela, há o envolvimento de várias partes externas à uma empresa, como clientes, fornecedores, institutos de pesquisa, órgãos públicos, startups e outras empresas. Esse conceito representa uma verdadeira mudança na forma de pensar de muitos empreendedores.
Afinal, grandes negócios muitas vezes preferem guardar suas ideias como um segredo. Porém, a inovação aberta permite gerar valor à empresa por meio do compartilhamento de conhecimento. Vale destacar que essa estratégia é benéfica para todas as partes. Principalmente em tempos de crise, onde a colaboração é extremamente importante. Resumindo, trata-se de uma forma de inovação mais descentralizada e disruptiva.
Já os ambientes de inovação fechada são aqueles em que as pessoas, as organizações e as ideias estão restritos a um espaço físico determinado. Nesse modelo, a organização reúne os melhores profissionais do mercado na busca pelas soluções que darão as respostas inovadoras para os desafios apresentados internamente.
Aqui, estamos falando de empresas com grandes e potentes departamentos de pesquisa e desenvolvimento e inovação (P&D&I). Os avanços são tratados com muito sigilo, e as descobertas serão a matéria-prima de base para o desenvolvimento do novo produto, serviço ou até mesmo processo. Se todos os recursos investidos são os da empresa, todos os resultados também.
A companhia que opta pelo modelo de inovação fechada detém todos os direitos autorais e de propriedade intelectual daquilo que desenvolve o que nem sempre acontece com a inovação aberta. Nesse tipo de ambiente, da inovação fechada, as pessoas e as organizações podem ter mais facilidade para se relacionar, mas há barreiras que podem dificultar a troca de ideias e a geração de novas soluções, uma vez que o conhecimento pode muitas vezes permanecer restrito a um circulo fechado de pesquisadores.
É perceptível que tanto a inovação aberta quanto fechada possuem benefícios e limitações específicas, certo? Por conta disso, não podemos definir esses conceitos como excludentes, nem um, nem outro. Ou seja, eles podem coexistir para gerar benefícios a uma organização. Na prática, a inovação aberta pode atuar como um complemento à inovação fechada que ocorre internamente na organização.
Coexistência é a palavra chave!
Nas grandes empresas já existe esta coexistência entre inovação fechada e aberta, seja na pesquisa ou no desenvolvimento. Por exemplo, em uma indústria química é muito comum observar ações de P&D&I fechados, com a pesquisa de ponta dentro da empresa, com pesquisadores especializados de alto nível.
Muitos desses profissionais têm doutorado e em certo momento se conectam com o mercado em busca de mais soluções para o desenvolvimento, se relacionando com universidades, institutos de pesquisa e outros parceiros. É possível também, por uma questão de pesquisa ou de tecnologia, realizar o processo completo de inovação fechada até o momento em que lança a solução no mercado.
Depois então abrir essa tecnologia e dizer agora todo mundo pode cooperar comigo aí se torna inovação aberta. Outro formato é começar com a inovação aberta, por exemplo, com um hackathon em busca de soluções a um determinado problema. Várias ideias são iniciadas, outras vão ficando pelo caminho.
Muitas iniciativas são bacanas, mas para serem desenvolvidas, elas necessitam de maior profundidade, de pesquisa, laboratório e em segredo, até que acabam se tornando fechadas.
Vale conferir esse TED onde Charles Leadbeater tece uma forte argumentação em torno da ideia que a inovação já não é só para profissionais. Amadores com paixão, usando novas ferramentas, criam produtos e paradigmas que empresas sem interesse em novas estratégias jamais seriam capazes de criar.
Sua organização já inova? Qual o formato que ela utiliza? Como compartilha e busca conhecimento?