Incubadoras de artes são habitats de inovação cujo público-alvo são empreendimentos ligados às artes e ao artesanato, atendendo aos desejos dos empreendedores da economia criativa.
A autora Linda Essig inventariou 43 incubadoras de artes nos Estados Unidos. E os principais serviços que esses habitats de inovação oferecem são: facilidades para criação, exibição e performances de arte, espaços de escritório, serviços de apoio à gestão dos negócios, treinamentos, possibilidades de financiamento e auxílios fiscais.
Essig, ainda classificou as incubadoras de artes em quatro categorias:
1. Incubadora Artística: destinada a artistas e organizações artísticas, tem o objetivo dar a eles assistência para que consigam sustentar e desenvolver suas obras.
2. Incubadora de Desenvolvimento Comunitário: pensada para beneficiar comunidades, ela é planejada para artistas, organizações artísticas, artesãos e donos de pequenos negócios. Seu propósito é gerar e sustentar uma comunidade vibrante, diversa, engajada, inclusiva e segura.
3. Incubadora Comercial: atrai o interesse de empreendedores criativos e atende artistas, artesãos e donos de pequenos negócios. Esses habitats tem o intuito de ajudar empresas voltadas à arte a começarem e crescerem.
4. Incubadora de Empreendimento Estudantil: feita para artistas estudantes, têm a finalidade de proporcionar uma educação mais inovadora e criativa por meio de investimentos.
Em seu segundo estudo, Essig identificou o valor gerado pelas incubadoras de artes nos Estados Unidos. Para isso, a autora conduziu uma análise multicaso com uma incubadora de artes de cada tipo. Com essa pesquisa, ela identificou que o valor criado pelas incubadoras de artes não está necessariamente ligado aos serviços ofertados, mas sim, no efeito positivo desses serviços sobre a capacidade das partes interessadas de atingir seus objetivos.
Nesse estudo, Essig pôde perceber que esses habitats de inovação proporcionam um desenvolvimento artístico, com organizações de arte estáveis e artistas com carreiras sustentáveis, que garantem vitalidade para a região; e também econômico, por meio da criação de novas empresas e empregos, da migração de outros empreendimentos e da atração de turistas, o que gera renda para o local onde as incubadoras estão.
Para os clientes das incubadoras de arte, os valores entregues são: redução de barreiras, selo de aprovação conferido pela permanência do empreendimento na incubadora, rede de segurança de riscos, sustentabilidade organizacional e autossuficiência individual.
Indo além, Essig informa que para que as incubadoras de artes possam agregar valor por meio dos pontos citados anteriormente, elas precisam se atentar a algumas implicações organizacionais, tais como: prioridades estratégicas, liderança e possíveis mudanças organizacionais e cultura de aprendizagem organizacional.
Finalizando seus trabalhos acerca das incubadoras de artes nos Estados Unidos, Essig evidencia a necessidade de medir o sucesso das incubadoras de artes para entender se as ferramentas, políticas e/ou programas adotados estão surtindo o efeito desejado. Como métricas para mensurar o êxito desses habitats, ela sugere:
* indicadores relacionados às novas receitas obtidas pelos empreendimentos incubados que permitam entender o quanto a incubadora está contribuindo para o desenvolvimento de uma comunidade vibrante e/ou ecossistema criativo.
Tudo isso deve ser acompanhado ao longo do tempo a fim de entender o impacto dos processos de incubação e, para tal, é preciso construir bons processos de avaliação.