Dando continuidade a nossa entrevista com essa grande líder inovadora e de uma competência ímpar Alessandra Alkmin. O mercado entrou em estado de alerta e o que se espera, pelo menos nos próximos meses, é uma sobrevivência complexa para empresas de alguns setores mais desafiados e de diferentes tamanhos.
O polo de liderança SEBRAE está aqui para te ajudar nessa caminhada. Eu convido vocês a conhecer um pouco mais sobre esse mundo VUCA. Vem comigo...
O que o futuro nos reserva pós-pandemia? Um novo contexto de mundo?
O futuro nos reserva a palavra mágica: adaptação.
E para nos adaptarmos ao futuro que já chegou, Joseph Schumpeter (1939) já deu o recado: se você não reinventar o que estiver fazendo, alguém fará isso.
E nessa nova era, nesse futuro que chamo de desejável, saímos do novo normal para o pós-normal, onde o normal se tornará a habilidade de se ter flexibilidade e se adaptar à diferentes transformações digitais e até pandemias completamente desconhecidas até então.
Mas o futuro que você deseja não pode estar disponível na prateleira. Para isso você precisa se sentir útil: para você, para seu vizinho, para seus colaboradores, para sua família, para a sociedade. E é nessa utilidade que você evolui, que você amplia sua capacidade de entendimento do cenário e busca novas formas de construir uma nova história.
É chegada a hora de darmos um salto quântico do velho mundo para o mundo novo. É hora da humanidade repensar a sua forma de viver. É hora de sairmos do risco do caos e ir de encontro às possibilidades! E num futuro novo repleto de oportunidades é essencial que líderes repensem suas formas de liderança. Precisamos de líderes mais conscientes, humanos, plenos, flexíveis, inclusivos, compassivos e colaborativos.
Fala-se a respeito da Realidade Aumentada mas pouco ainda sobre a Humanidade Aumentada. Você poderia discorrer a respeito desse conceito e das novas gerações de humanos.
Começo uma frase: haverá um tempo em que será fundamental deixar aflorar o humano, mesmo sabendo que ele possui mais falhas e erros e que eventualmente produz menos do que a máquina. Entretanto, será uma escolha pelo direito de ser humano.
Essa definitivamente é a era da Humanidade Aumentada, porque o ser humano não para de se reinventar e de se transformar. É como se uma nova espécie começasse a habitar o planeta humanos, com certeza. Mas humanos aumentados em transformação digital, em comportamento, em nível de autoconhecimento e autoconsciência e em nível de expansão de entendimento sobre o caos onde está inserido, sobre o seu papel no planeta, sobre os desafios globais e sobre si mesmo.
E essa nova era (transhumanista) provocará grandes mudanças no RH (Recursos Humanos). Sai o R e fica o H. Porque humanos não são recursos e recursos não tem sentimentos. E essa transição será um dos grandes desafios das organizações. Entender o colaborador como humano, com sentimentos, com necessidades, com desejos e cheios de histórias para contar, principalmente agora com tudo o que aconteceu.
Seremos humanos melhores nesse admirável mundo novo (tempos pós-normais) que se descortina à nossa frente? Para aqueles que se adaptarem às mudanças impostas pela pandemia e ampliarem sua consciência evolutiva, sem dúvida serão.
E qual será a geração de novos humanos?
- Pró-ativos;
- Alta capacidade emocional dando base para uma forte antifragilidade à volatilidade do mundo;
- Do B2B e B2C para o H2H: de humano para humano, porque as relações humanas serão verdadeiras relações humanas;
- Usarão como fonte a inteligência do mundo;
- Pensamento crítico, criativo, e simples, frente às várias dimensões humanas;
- Terão profunda empatia (Homo Emphaticus: para construir relações afinadas com os anseios e desejos do próximo) e cultivarão as dádivas (É preciso repensar os vínculos de confiança, ética, generosidade e credibilidade. Quais são os verdadeiros valores? Que vínculos a sociedade quer gerar e com quem? Mediante a circulação de produtos ou serviços, pode-se criar um sentimento compartilhado e mútuo entre participantes desse vínculo que se expressa em diferentes valores humanos como a equidade, a amizade, a confiança);
- Usarão mais a intuição que a razão.
Gosto muito de uma frase de Patch Adams: quando somos humanizados, somos gentis, amáveis, caridosos e não somos nocivos.
E hoje, mais do que nunca, precisamos compreender as palavras do Massachussets Institute of Technology (MIT): Seja desobediente. Não se pode mudar o mundo sendo obediente, ou seja, os novos humanos que desafiarem o status quo vão mudar o mundo (o discurso será: como mudar o mundo e não devo mudar o mundo).
Finalizando, se eu me permitir evoluir, aprender e me adaptar, daqui a um ano, eu subirei nos palcos da vida me apresentando dessa maneira: se você me conhece baseado no que eu era há alguns meses atrás, você já não me conhece mais. Minha evolução é constante. Permita-me apresentar novamente. É a humanidade aumentada.
Maria Auria Mülhmann - consultora de negócios - Regional Sul - SEBRAE/PR
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