Um estudo recente, publicado pela Revista GV Executivo, traz um resultado inédito para o ambiente de negócios no Brasil: existe uma relação positiva entre o alto desempenho em ESG e a presença feminina na liderança de empresas.
Segundo o pesquisado, existe uma ligação estreita entre o desempenho em sustentabilidade e a diversidade de gênero no alto comando das companhias, pois as mulheres demonstram-se mais atentas às estratégias e práticas socioambientais empresariais.
Quando existem mulheres na diretoria das empresas há uma avaliação alta em relação às práticas sociais, ambientais e de governança (ESG), ao passo que a ausência de executivas indicou uma baixa performance em sustentabilidade.
Portanto, a presença feminina na liderança pode beneficiar os resultados em ESG das empresas, indiferente do porte e área de atuação, destaca o estudo.
Mas o que torna as mulheres um diferencial positivo ao desempenho em sustentabilidade?
O estudo aponta algumas características comuns entre as lideranças femininas, quando o assunto é o desempenho dos resultados em ESG, contrariando o estereótipo de que a mulher deve masculinizar-se para alcançar saldos financeiros positivos e crescimento na carreira profissional.
Por isso, cada vez mais, as empresas que buscam aumentar seu desempenho em sustentabilidade estão valorizando aspectos como comunicação horizontal e humanização, promovendo um ambiente de inovação e inclusão.
Ainda, uma característica bastante comum no universo feminino é a capacidade de resiliência e de adaptação, pois as mulheres precisam, frequentemente, comprovar sua competência e buscar novos espaços de atuação no meio corporativo.
Também, a necessidade de ser muito política e construir boas relações estava entre as habilidades levantadas no estudo apresentado.
Isto porque as mulheres possuem facilidade em travar negociações entre os diferentes atores do ambiente de trabalho, valorizando opiniões e promovendo equipes mais harmônicas e organizadas.
Liderar pelo exemplo e buscar o aprendizado contínuo foram outras características registradas nas empresas com alto desempenho em ESG e que possuem mulheres no alto comando, conforme as empresas estudadas.
Outro ponto importante levantado refere-se ao nível de maturidade com que os valores femininos são tratados nas relações de trabalho e na condução dos negócios.
As executivas das empresas com bom desempenho em ESG demonstraram autovalorização, pois acreditam estar na liderança por consequência do próprio trabalho e consideram que se fazem relevantes no desenvolvimento de novos negócios.
Além disso, afirmam fazer a coisa certa.
Já nas empresas com baixo desempenho em sustentabilidade, as executivas ainda necessitam desenvolver tais habilidades e, por isso, salientam a necessidade de valorização das características de cuidado e sensibilidade, e um olhar mais humanizado, voltado à gestão dos colaboradores.
A tão sonhada equidade de gênero. O estudo reporta o preconceito de gênero nas altas esferas das corporações, quando as lideranças femininas relataram sofrer machismo, descrédito de suas capacidades técnicas, habilidades gerenciais e falta de reconhecimento por desempenho.
Como a sua empresa está contribuindo como futuro do planeta?
Fonte: Cardoso, Monique e Fernandes, Gustavo Andrey de Almeida Lopes (2022). A Liderança Feminina na Agenda Sustentável Revista GV Executivo. CAMINHOS PARA A SUSTENTABILIDADE
Estudo Completo:
https://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/gvexecutivo/article/view/85511/80757