Gestores bem-sucedidos tendem a estabelecer metas desafiadoras, mas que podem ser alcançadas. Os objetivos têm de ser realistas e provocar uma estimulante sensação de desafio.
O que é meta?
Meta é a tradução objetiva do resultado ou nível de desempenho pretendido em um momento futuro definido. Por exemplo: Aumentar as vendas de 2024 em 10% em relação ao ano anterior .
Nessa definição há dois pontos importantes. A tradução objetiva (aumentar em 10% em relação ao ano anterior), que nos permite confirmar se o resultado pretendido foi realmente alcançado, e o momento futuro definido (2024) , que delimita o prazo para que o resultado desejado seja obtido.
Por que usar metas?
Metas ajudam a:
· Comunicar prioridades.
· Alinhar os esforços das pessoas.
· Planejar ações para melhoria.
Para que as metas exerçam seu poder são necessárias três condições:
1. As pessoas têm de perceber que os novos resultados trarão algum benefício para a organização, para a unidade ou para elas.
2. A melhoria pretendida deve ser prioritária em relação às inúmeras outras coisas que podem ou têm de ser feitas.
3. Devem ser compatíveis com o grau de autoridade ou de influência nos resultados pretendidos e com os recursos disponíveis.
Metas devem considerar a psicologia
Para serem úteis para a gestão, as metas devem ser desafiadoras, mas as pessoas têm de acreditar que elas são factíveis.
Estabelecer metas inatingíveis - ou vistas como inalcançáveis - favorece o fracasso, pois as pessoas nem vão se esforçar para alcançar.
Mas, considerando a importância da psicologia no uso de indicadores, vale destacar o cuidado com o equilíbrio entre o que queremos e o que podemos. Uma meta inalcançável desmotiva as pessoas, mas um objetivo muito fácil também não estimula qualquer esforço. Os projetistas de jogos de computador sabem bem disso e se alguém consegue avançar em uma fase, a seguinte dificulta o progresso para manter o desafio e o interesse.
Falar é fácil
Mas, sendo prático, como obter metas equilibradas em desafio e possibilidade de alcançar? No clássico "Em busca da Excelência" [1], Tom Peters exemplifica essa preocupação mostrando que empresas excepcionais, como a IBM, que estudam bastante esse aspecto, inclusive usando a People Analytics, estabelecem valores de modo que 70 a 80% da equipe de vendas consiga atingir as metas, enquanto em empresas concorrentes apenas 40% das equipes alcançam a meta, fazendo com que a maior parte das pessoas se sinta incapaz. De modo semelhante, o planejamento da Google prevê o atingimento de 70% dos objetivos declarados.
Então, aprendendo com as melhores, o ideal é estabelecer metas que têm 80% de chance de serem alcançadas ou que devem ser atingidas por quatro em cada cinco colaboradores.
A eficácia das metas também é influenciada por aspectos culturais. Em organizações asiáticas, metas não alcançadas são consideradas profundamente embaraçosas, por isso os gerentes tendem a defini-las mais baixas. Nos Estados Unidos, em contrapartida, fixar meta inferior a resultado obtido anteriormente é muitas vezes considerado inaceitável, ainda que haja razões válidas para a mudança. |
Reflexão
Em tua empresa a escolha das metas leva em conta a percepção das pessoas ou é dado um tratamento puramente matemático? Comente aí embaixo!
Referência
1. Peters, Tomas J. and Waterman Jr, Robert H. In Search of Excellence: Lessons from Americas Best-Run Companies. Harper & Row, Publishers. New York, 1982. p. 57.