Dentre tantos temas pertinentes, o empreendedorismo social volta em, como podemos dar um passo à frente com essa prática e colaborar para suprir as necessidades da sociedade, ajudando as comunidades a se reinventarem, melhorando a economia local.
E onde entra a escola nessa reflexão e ação? COM CERTEZA, é um dos atores mais importantes nessa construção, pois a carência de geradores de renda e possibilidades de sustento abate muitas comunidades em volta das escolas de nosso país. Promover uma reeducação local para as alternativas de geração de renda local, já é um bom começo.
ENTÃO, QUAL O CONCEITO?
Empreendedorismo social, tem como objetivo principal produzir bens e serviços que beneficiem a sociedade local e global, com foco nos problemas sociais e na sociedade que os enfrenta mais proximamente. Busca resgatar as pessoas de situações de risco social e promover a melhoria de sua condição de vida na sociedade, por meio da geração de capital social, inclusão e emancipação social.
Essa prática, existe há bastante tempo, porém neste momento se torna ainda mais relevante, pois é caracterizado pela criação de produtos e serviços que tem o foco principal na resolução, ou minimização, de problemas em áreas como: educação, violência, saúde, alimentação, meio ambiente, etc. É uma ação que pode causar um impacto vitalício à população mais carente e de baixa renda.
É fácil reconhecer as ações, se uma empresa busca soluções verdes e que reduzem o impacto negativo na natureza, por exemplo, já possui uma veia social. Em suma, a grande diferença entre o empreendedorismo social e o tradicional é a extensão do impacto social causado na sociedade.
QUAL A RAIZ DO EMPREENDEDORISMO SOCIAL?
Se o empreendedorismo tradicional surge de uma demanda de mercado e gerar lucro, o empreendedorismo social tem sua origem em meio a grandes crises sociais, econômicas e ambientais, o que fortalece a importância desta prática neste momento em todo país.
A proposta é simples: utilizar técnicas de gestão, inovação, criatividade, sustentabilidade e outras com o propósito de maximizar o capital social de uma comunidade, bairro, cidade ou mesmo país. Resumindo, empreendedores sociais buscam transformar o mundo e melhorar a vida das pessoas utilizando métodos geralmente presentes no cotidiano de organizações empresariais ou educacionais.
UM GRANDE EXEMPLO
Quando pensamos em empreendedorismo social, é impossível não lembrar o pioneiro e ganhador do Prêmio Nobel em 2006 Muhammed Yunus. História relatada no seu livro O Banqueiro dos Pobres, sobre sua biografia e o Projeto empreendedorismo social na Índia, onde ele criou um banco para emprestar dinheiro aos menos favorecidos. Foi colocando esta ideia em prática, que Muhammad fundou o Banco Grameen, em Bangladesh, destinado a oferecer um amplo serviço de microcrédito para a população carente do seu país. Essa história culminou com o prêmio Nobel, pois houve um impacto e transformação muito grande na cultura, na maneira de empreender e na geração de renda familiar no país.
Este foi um importante instrumento de luta contra a pobreza em todo o mundo e a partir dele, muitas outras iniciativas globais se inspiraram em contribuir para o movimento do empreendedorismo social e a diminuição da pobreza.
Outro que não podemos de forma alguma deixar de citar, é o movimento global dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), onde o objetivo original é a diminuição da pobreza e inclusão social em todo mundo. Mas, este assunto podemos tratar melhor em outro artigo com foco para o papel da escola, perante os objetivos globais e locais.
ENTÃO QUAL É O PAPEL DA ESCOLA EM TODO ESTE CONTEXTO?
- Antes de tudo, debater esse assunto com os estudantes promovendo a abordagem de solução à problemas emergentes do momento, utilizando-se do contexto social atual. Trabalhar responsabilidade social e empoderamento dos estudantes.
- Promover essa união da comunidade onde a escola está inserida e criar soluções aos problemas locais. Contribuir com a sua expertise de educação e despertar nas pessoas do local (além dos alunos e familiares), uma nova consciência positiva para retomar as atividades e a economia local, atendendo a todos. Às vezes, a necessidade é ainda mais simples, como promover uma campanha sobre os cuidados que todos devem continuar tendo, após o relaxamento do isolamento social, mas oferecendo e promovendo condições da própria comunidade do entrono desenvolver os produtos necessários e conceder, àquelas famílias que não possuem condições.
Este é o papel da educação e uma excelente oportunidade para avançarmos e trazer uma nova consciência também no papel da escola com seu público do entorno.
Este é um convite ao empreendedorismo na prática da sua essência para melhorar ainda mais a nossa realidade local.
Contem com o apoio da Educação Empreendedora do Sebrae, que pode contribuir neste processo de transformação. Comente suas percepções sobre esses temas.
Fale com o Sebrae pelo e-mail da Juliana - jsouza@pr.sebrae.com.br.
Irene Hoffelder Vioti - Consultora, palestrante e escritora nas áreas: Estratégia empresarial, sustentabilidade, inovação e storytelling empresarial.