Empreendedorismo feminino: uma contribuição para um negócio mais diversificado!

Em um estudo do Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), constatou-se que as mulheres demonstram maior capacidade de adaptação diante das adversidades impostas pela crise. Hoje, são mais de sete milhões de empreendedoras que tocam seus próprios negócios, e a tendência é que esse número continue a crescer.

Mudando a maneira como uma organização pensa

Mais mulheres empreendedoras e líderes significam vários benefícios, mesmo em nível organizacional. A diversidade de gênero muda a maneira como uma organização pensa. Por exemplo, vários estudos mostram que as empresas lideradas por mulheres têm maior retenção de funcionários, devido à natureza adaptável comprovada das mulheres, juntamente com sua maior inteligência emocional.

Para aumentar a diversidade em várias empresas é preciso focar nos três pilares da igualdade: igualdade de tratamento, igualdade de oportunidades e igualdade de promoção.

A adoção desses pilares deve começar com a equipe de recursos humanos, que precisa trabalhar para implementar uma cultura de igualdade de gênero na empresa, promover a inclusão e proporcionar oportunidades verdadeiramente iguais nas políticas de recrutamento e programas de desenvolvimento de talentos.

Por exemplo, é totalmente possível que as equipes de operações e de aquisição de talentos identifiquem proativamente posições em que candidatas qualificadas têm maior probabilidade de serem selecionadas, dependendo dos setores-chave.

Este foco proativo deve ser complementado por um quadro de práticas inegociáveis em igualdade e diversidade, como garantir a equidade e a não discriminação em todos os processos como recrutamento, mobilidade interna, remuneração e demissão, promovendo a inclusão.

Garra, determinação e empresas consolidadas

Você sabia que no mundo são quase 130 milhões de mulheres dirigindo empresas consolidadas? Por trás dessas figuras escondem-se inúmeras histórias de mulheres que, graças à sua determinação, conseguem sustentar suas famílias enquanto contribuem para a prosperidade de seu entorno. 

Muitas vezes, ELAS são empreendedoras por necessidade e não por oportunidade, vocação ou objetivos, como costuma ser o caso dos homens. O empreendedorismo também é uma forma de apoiar mulheres em situação de vulnerabilidade e pode melhorar significativamente as perspectivas econômicas de suas famílias.

Além disso, aumentar o poder de compra das mulheres leva diretamente a economias locais mais fortes, porque elas investem uma porcentagem maior de sua renda do que os homens em suas próprias comunidades. 

Superando os estereótipos 

A diferença de gênero refere-se não apenas ao menor número de empreendedoras, mas também aos setores em que seus negócios atuam. O digital e a tecnologia, que estão crescendo globalmente, não estão comumente entre as startups criadas por mulheres.

Um dos motivos é que ELAS têm menos habilidades digitais e desconfiam mais dos serviços digitais, por exemplo. No entanto, podemos reduzir essa estatística  por meio da superação de estereótipos, compromisso com o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, implementação de novos modelos de negócios e aumento da visibilidade do empreendedorismo feminino.

Barreiras iniciais

Fatores institucionais, como a falta de inclusão financeira das mulheres, a diferença de gênero na educação e as disparidades de direitos legais continuam sendo as principais barreiras que as mulheres enfrentam ao iniciar um negócio. 

Talvez o obstáculo mais significativo que as empreendedoras enfrentam na maioria, se não em todos os países, seja o acesso desigual ao financiamento. Apesar de as mulheres empreendedoras estarem prontas e aptas a receber financiamento de todos os tipos, as empresas (co)fundadas por mulheres recebem, em média, menos da metade do capital de investimento das empresas fundadas por homens. 

Além dos fatores institucionais, os impedimentos socioculturais, como expectativas sociais, falta de oportunidades de networking de negócios, lacunas de habilidades e desequilíbrio na vida pessoal e profissional, desempenham um papel essencial para impedir que as mulheres iniciem seus próprios negócios.

Por que o empreendedorismo feminino é vital?

O empreendedorismo é um motor essencial da saúde e da riqueza da sociedade e um motor para o crescimento económico. Combinar um espírito empreendedor com o potencial de sucesso das mulheres estimula a inovação, promove a produtividade, cria empregos e aborda alguns dos desafios mais significativos da sociedade.

As empreendedoras bem-sucedidas também podem servir como exemplos relevantes e modelos a serem imitados, incentivando ainda mais outras mulheres a buscar empreendimentos comerciais. O empreendedorismo feminino também é um catalisador para fechar a divisão de gênero, à medida que mais mulheres entram no mercado global e estabelecem negócios.

Confie em si mesma e não desista! Paciência, resistência, perseverança, resiliência e adaptabilidade são elementos cruciais que as mulheres dispostas a iniciar seu próprio negócio devem desenvolver e nutrir ao longo de sua jornada empreendedora. As mulheres merecem vencer, e essa convicção é a força motriz para o sucesso e para um negócio mais diversificado!