O empreendedorismo feminino é um assunto que está em alta; a participação das mulheres no setor de negócios está cada vez mais evidente e aumenta a cada ano. Segundo um estudo feito pela GEM, em 2018, dos 52 milhões de empreendedores no Brasil, 24 milhões eram mulheres, um fato que mostra o poder de determinação e penetração no setor exercido pelas mulheres. No entanto, como tudo na vida, nem tudo são flores, e muitas mulheres ainda passam por diversos desafios e dificuldades no mundo do empreendedorismo; entender quais são essas dificuldades é o primeiro passo para equalizar esse nível de disparidade e tornar o ato de empreender verdadeiramente igualitário. Aumento na jornada de trabalho Empreender por si só já é um grande desafio, mas tentar exercer essa função e ao mesmo tempo ter que manter a rotina da casa organizada é basicamente impossível e um dos motivos que faz as mulheres desistirem de abrir o próprio negócio. Em casas onde a mulher é o centro organizacional, ela é a primeira pessoa a levantar de manhã e a última a ir dormir, além de ter que resolver compras, limpeza, comida, levar os filhos na escola, ajudar na lição de casa, entre outras coisas. Todas essas funções consomem uma quantidade imensa de tempo e energia; no final do dia, essas mulheres não possuem mais disposição para gerenciar, planejar ou executar tarefas, que a princípio podem até ser simples, de um novo empreendimento. Para superar esse problema, a rotina da casa deve ser dividida de maneira justa, para que todos auxiliem na manutenção da casa, filhos e pets, assim sobra tempo para que todos possam fazer aquilo que mais lhe interessa, seja empreender, descansar, praticar um hobby, etc. Julgamento e preconceito Infelizmente, a falta de incentivo ainda é muito forte na cultura brasileira no quesito empreendimento feminino. Os julgamentos e o preconceito fazem muitas mulheres terem medo de fracassar e, por isso, terem mais um motivo para serem humilhadas em frente a família e amigos. O medo de ser humilhada ou não ter incentivo é tão grande que muitas mulheres acabam optando por não casar ou ter filhos para focar apenas em seus empreendimentos; dessa forma, ela garante que não haverão dedos apontados e comentários sexistas em seu ambiente. Para as mulheres que empreendem em um ambiente familiar tóxico de desincentivo, é necessária muita determinação e força para alcançar os objetivos estabelecidos, seja para iniciar um projeto de consultoria, produção de alimentos, desenvolvimento de site para imobiliária ou qualquer outra ocupação. Dificuldade de acesso a crédito Por mais irreal que possa parecer, ainda existem diversos gerentes bancários que apontam insegurança em negócios liderados por mulheres e, por isso, dificultam o acesso de crédito para essas pessoas poderem abrir ou gerenciar a empresa em momentos de dificuldade. Segundo o Sebrae, as mulheres pagam em média 3,5% a mais de juros do que homens em cartas de crédito simplesmente pelo fato de serem mulheres.