Um conceito que ganhou bastante destaque nessa época de pandemia, isolamento social e ansiedade é o de 'empatia'. Essa habilidade socioemocional envolve entender o estado emocional e mental de outra pessoa uma tarefa que nem sempre é fácil, mas que vale o esforço.
Empatia no empreendedorismo
No mundo empreendedor, existem dois cenários: dentro da empresa e fora dela, cada um com seus próprios desafios de empatia. Por um lado, é preciso promover a empatia dentro da organização, entre todos os colaboradores; por outro, é preciso ter empatia com o seu consumidor, humanizando a empresa. E, nos dois casos, a educação empreendedora pode ter um papel verdadeiramente transformador.
Nem toda a tecnologia do mundo é capaz de eliminar o 'fator humano' das empresas, e criar um ambiente em que os colaboradores, independentemente de cargo, se sintam acolhidos e trabalhem em harmonia é indispensável. Cabe aos líderes ter empatia e fomentá-la dentro da equipe e entre setores diferentes.
A empatia também deve estar presente na hora de lidar com os clientes, desde as pesquisas de público-alvo ao pós-atendimento. Em 2020, praticamente todo mundo sofreu com uma carga extra de ansiedade devido às incertezas e consequências da pandemia, e empresas que tiveram empatia e se ajustaram a esse cenário saíram fortalecidas.
É possível ensinar empatia?
Da mesma maneira que outras habilidades, a empatia pode ser promovida com ensino e treinamento.
Uma ferramenta relativamente recente, mas que já está consagrada, é o Mapa da Empatia, desenvolvido pela consultoria de Design Thinking Xplane alguns anos atrás. O objetivo é guiar o empreendedor por um processo de reflexão e ajudá-lo a se colocar no lugar do cliente. No mapa original, são feitos os seguintes questionamentos:
O que pensa e sente?
O que ouve?
O que vê?
O que fala e faz?
Quais são suas dores?
Quais são suas necessidades?
Naturalmente, é possível usar essa mesma ferramenta para treinar a pessoa a refletir não apenas sobre clientes, mas também sobre colegas de trabalho, familiares e amigos. O exercício de empatia é versátil.
Outra abordagem válida para ser usada em sala de aula é compartilhar histórias com os alunos e questioná-los: o que vocês fariam, e como se sentiriam, no lugar da pessoa que viveu essa história? Promover esse tipo de reflexão ajuda a exercitar a capacidade de empatia.
Cabe também aproveitar a vasta literatura sobre o tema, como os livros 'Inteligência Social', de Daniel Goleman; 'Comunicação não-violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais', de Marshall B. Rosenberg; e 'Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas', de Dale Carnegie. Palestras, lives e cursos não faltam.
Seja como for, uma coisa é certa: empatia merece um lugar especial na educação empreendedora.