Os ecossistemas são, principalmente, de negócios (Moore, 1992), de empreendedorismo (Prahalad, 2005), de conhecimento (van der Borgh, 2012), e de inovação (Adner, 2006), entre outras possibilidades, dentro de uma visão de território, que é uma abordagem de espaço, porém não necessariamente restrito à dimensão geográfica.
A configuração em ecossistemas presume multiplicidade de atores, de diferentes naturezas, suas relações e interrelações, objetivos, necessidades e, também, de conceitos transversais. São, portanto, sistemas, cada qual com seu conjunto de variáveis e complexidade.
Esses sistemas conectam-se com os sistemas econômicos, produtivos, observam fatores de produção e de competitividade e trazem um repertório teórico que fundamenta conjuntos de ferramentas metodológicas capazes de apoiar o desenho e consolidação desses ecossistemas.
Essa complexidade, aliada às características e necessidades específicas de cada região na consolidação de seus ambientes de inovação, afasta a possibilidade de replicação em escala e aproxima da necessidade do aprofundamento do conhecimento. Note-se, no entanto, que a escala pode-se dar metodologicamente no processo metodológico de diagnóstico. E que a falta do conhecimento aprofundado não é fator impeditivo para a implementação de estratégias de consolidação dos ambientes de inovação porém a sua falta é fator de restrição do sucesso se implementação.
Some-se o fato dos ecossistemas não terem uma base conceitual bem definida ou estabelecida e com origem estabelecida em correntes diversas da literatura como nas áreas biológicas, ciências exatas (sistemas de informação, informática, ciências humanas, administração, economia).
As abordagens dos sistemas / ecossistemas envolvem, além do território, entre outras, variáveis a economia, os stakeholders, aspectos sociais, o conhecimento, os valores (que norteiam as relações) e os próprios resultados desejados.
Algumas das teorias da inovação no território foram abordadas no texto Modelos Territoriais de Inovação e envolvem os sistemas locais de produção, os sistemas regionais de inovação, regiões de aprendizado, ambientes inovadores, novos espaços industriais e clusters regionais e de inovação, entre outras possibilidades.
Transversalidades existentes complementam o desenho multidimensional, quando contemplam Ecossistemas de Inovação Aberta, de Serviços, de Indústrias, de ambientes digitais, e os próprios ecossistemas de inovação regional.
Com isso estão estabelecidas e relacionados alguns dos pontos principais a serem observados no desenho dos ecossistemas de inovação. Deve-se ter sempre em vista as funções de diferenciação da inovação que norteiam a competitividade e que fazem dela fator de dependente de um composto estratégico e sistêmico. Competitividade, mercado (marketing), cadeias de valor passam a ser fontes complementares necessárias de literatura assim como assertividade nos enfoque de abordagem, um elemento central.
À partir do elementos desse texto e do anteriores é possível iniciar o estabelecimento de critérios objetivos do desenho a fim de organizar a implementação dos ambientes de inovação, o que pretende-se trazer nos próximos textos.
Reflexões e registros a partir de:
SCARINGELLA, L.; RADZIWON, A. Innovation, entrepreneurial, knowledge and business ecosystems: old wine in new bottles? Technological Forecasting & Social Change, vol. 136, November, p. 59-87, 2018.
Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0040162517312660