Por muito tempo, crescimento e desenvolvimento econômico eram tratados como sinônimos, à medida que as raras nações compreendidas como desenvolvidas eram aquelas que apresentavam crescimento consistente.
Entretanto, com o crescimento econômico experimentado por países como o Brasil durante a década de 1950, notou-se que as condições de vida, principalmente da população mais pobre, não foram significativamente melhoradas, colocando em xeque o entendimento vigente. Por isso, passou-se a diferenciar o aumento da renda de uma região, crescimento da consequente, ou não, melhoria das condições da vida da população, em que os indivíduos possam explorar plenamente suas capacidades e fazer escolhas sem privação.
Embora o crescimento seja uma condição necessária para o desenvolvimento, ele não é suficiente. Nesse aspecto, uma região, país, estado ou município pode apresentar crescimento da renda e emprego, mas isso não quer dizer que haverá um resultado automático na alteração das condições de vida das pessoas que ali habitam. Isso porque o desenvolvimento socioeconômico requer que o incremento da renda seja distribuído entre sociedade e promova o maior acesso à saúde, educação e segurança, por exemplo.
A partir dessa distinção, em 1990, o economista paquistanês Mahbub ul Haq, ancorado no trabalho de Amartya Sen, desenvolveu o Índice de Desenvolvimento Humano, utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para mensurar o desenvolvimento baseado nas pessoas, em contraposição ao foco exclusivo da análise econômica nas variáveis como renda. No primeiro capítulo do relatório em que se apresenta o IDH, faz-se a afirmação contundente de que as pessoas são a verdadeira riqueza das nações; partindo disso, o objetivo do desenvolvimento é fornecer um ambiente voltado às pessoas, para que elas vivam saudáveis e criativas por muito tempo, em contraposição à concepção de que a economia deve visar apenas a acumulação desenfreada de riqueza financeira.
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