Em meio a um cenário de evolução tecnológica, o empreendedorismo digital dentro das periferias ganha espaço e torna-se ainda mais relevante perante os obstáculos enfrentados pelos moradores das comunidades. Além disso, os projetos formados tendem a ser benéficos para diversos âmbitos da sociedade. De acordo com dados levantados pelo Data Favela, 41% dos moradores de locais periféricos no Brasil possuem um negócio próprio. Apesar do alto número de empreendedores nas comunidades, a desigualdade ainda é um ponto alarmante que demanda atenção. Levantamento feito pelo Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGVcenn) aponta que negócios formados fora da periferia possuem capital inicial 37 vezes maior. Além disso, as receitas geradas pelos negócios dentro da periferia são 21 vezes menores quando comparados aos de outros locais. Apesar das barreiras sociais e econômicas impostas, iniciativas como a startup MAIS1CODE. levam inovação, apresentam e aprimoram o uso da tecnologia para empreendedores periféricos. De acordo com o CEO do projeto, Diogo Bezerra, a proposta tem como objetivo combater a desigualdade e formar pessoas para solucionar problemas através do uso de iniciativas tecnológicas. Com a implementação da presença digital através de investimentos e iniciativas, é possível expandir os negócios e promover aos empreendedores periféricos novas oportunidades. Criado há 8 anos, o Empreende Aí é uma dessas iniciativas que promove cursos e conhecimento a moradores empreendedores das comunidades. Já o Instituto Das Pretas é um laboratório de inovação e tecnologia social com intuito de levar o protagonismo negro feminino e periférico a área de tecnologia e informação. Ativo desde 2015, o Instituto Das Pretas é responsável por promover estratégias inclusivas que permitem desenvolvimento sustentável, capacitação técnica, entre outras iniciativas. Com o crescimento no empreendedorismo digital periférico através de políticas e ações concretas, os negócios realizados nas comunidades são capazes de beneficiar toda a sociedade. Interferindo diretamente na qualidade de vida e educação dos moradores dessas regiões, as startups e negócios criados nas comunidades representam principalmente áreas que envolvem a geração de renda, educação, preservação do meio ambiente, cultura, proteção à família e profissionalização e capacitação de jovens e adultos. As áreas impactadas diretamente pelas iniciativas, empreendedores digitais e startups são capazes de oferecer melhor condição de vida, além de refletir diretamente em outras camadas sociais.
Conforme as projeções do Atlas dos Pequenos Negócios, os Microempreendedores Individuais terão um impacto considerável, injetando aproximadamente R$11 bilhões na economia nacional. Nesse contexto, destaca-se a importância da formalização ao iniciar um negócio, incluindo compreender como abrir um MEI, ampliando as possibilidades para empreendedores periféricos explorarem investimentos, especializações e acesso a crédito.
Até logo!