Comprar online virou um hábito, e os números comprovam isso.
Mais de 300 milhões de compras foram realizadas em 2020, segundo dados da NeoTrust.
Em comparação com o ano anterior, houve uma alta de 68,5%. Para este ano, a Consultoria Ebit/Nielsen prevê um crescimento de 26% no faturamento do comércio eletrônico. O fechamento do comércio durante o auge dos casos de Covid-19 impulsionou uma tendência que já vinha em alta.
Os consumidores têm se sentido mais confiantes em relação ao e-commerce. A melhora da eficiência do serviço prestado, também tem atraído mais interessados em comprar online. Se, antes, havia inúmeras dificuldades relacionadas à navegabilidade do site, experiência de compra e valores de frete, hoje, apesar de ainda existirem, essas questões são mais facilmente contornáveis.
Quando se trata de compras internacionais, a melhora é evidente. Até pouco tempo atrás, comprar algo diretamente da China, por exemplo, era muitas vezes impensável. A distância, as altas taxas a serem pagas e o risco de ter o seu produto perdido pelo meio do caminho eram empecilhos frequentes para brasileiros que desejavam adquirir os mais diversos itens do exterior.
Hoje, realizar compras internacionais através do e-commerce faz parte do cotidiano dos brasileiros. Os preços chegam a ser mais atrativos do que aqueles praticados pelo comércio local, sendo esse um fator muito importante para a tomada de decisão. Em contrapartida, os prazos de entrega ainda são um desafio. Às vezes, um produto leva meses para chegar ao destino.
Um levantamento realizado pela Conversion apurou que o tempo de entrega é o fator que mais influencia negativamente a decisão de compra de 50,2% dos brasileiros. Praticamente, metade dos consumidores pode deixar de fazer uma compra internacional, em razão da demora para a chegada do produto. Embora os prazos, hoje, sejam bem menores do que em outras épocas, para a sociedade do imediatismo, um mês, tempo médio de espera para a entrega do pedido, não é um prazo razoável.
Além do prazo de entrega, outras questões que interferem na decisão de compra dos brasileiros são:
Ao todo, 400 brasileiros entre 16 e 54 anos foram entrevistados. O objetivo da pesquisa foi mapear o perfil dos brasileiros que realizam compras internacionais.
Fato é que as grandes varejistas têm investido cada vez mais em estrutura e logística de ponta para atender a grande demanda dos consumidores internacionais. A gigante Amazon, por exemplo, tem investido na construção de mais centros de distribuição (CDs) ao redor do mundo. Recentemente, a empresa inaugurou um galpão gigantesco na cidade mexicana de Tijuana. No Brasil, um CD foi inaugurado no estado do Ceará para agilizar as entregas para a região Nordeste do país.
Em junho deste ano, a AliExpress, uma das plataformas de e-commerce mais utilizadas pelos brasileiros, anunciou que iria ampliar sua estrutura logística no país para conseguir entregar produtos mais rapidamente. A previsão é de que as mercadorias cheguem ao Brasil em até sete dias para quem mora na Grande São Paulo, esse prazo pode diminuir para cinco dias. Para atender à demanda, seis voos serão fretados semanalmente.
Entregar produtos para o Brasil é uma tarefa realmente complexa, mesmo para as empresas locais, vide as extensões continentais do país. Por isso, ter uma estrutura de grande porte e logística de ponta é essencial para quem quer atender consumidores brasileiros. A movimentação de gigantes com a Amazon e a AliExpress mostra como o Brasil é importante para seus negócios.
Se o prazo de entrega ainda é um empecilho para muitos brasileiros decidirem pela compra internacional, há muitos pontos positivos que compensam a espera. Na mesma pesquisa mencionada acima, mais de 80% dos entrevistados afirmaram que o preço dos produtos é o que mais motiva a realizar a compra. Outros fatores são a relação custo-benefício (46,7%) e a diversidade de produtos encontrados (34,2%).
O preço é quase sempre o principal ponto a ser considerado para realizar uma compra internacional.
Afinal, devido aos altos impostos, os produtos importados vendidos pelas lojas brasileiras têm um acréscimo considerável no valor de venda. Ao procurar uma calça legging adidas, por exemplo, em algum e-commerce estrangeiro, o consumidor vai notar uma diferença de preço em relação às lojas físicas.
Aliás, a categoria de roupas é a terceira mais buscada pelos consumidores brasileiros em sites de compras internacionais (36,7%), e só perde para os eletrônicos (49,2%) e os celulares (36,7%). Outras categorias que aparecem na lista são: produtos para casa (25%), jogos eletrônicos (19%) e computadores e notebooks (18%).
Enquanto alguns setores da economia lutaram para sobreviver durante a crise instaurada pela pandemia, o comércio eletrônico foi o grande protagonista e conseguiu, inclusive, aumentar o número de vendas. Com grande parte da população confinada em casa, muitas pessoas se tornaram dependentes das compras online. E muito disso tem a ver com a capacidade de inovação desse setor.
Se é verdade que o comércio eletrônico melhorou a experiência de compra rapidamente em pouco tempo, é igualmente verdade que ainda há muitas novidades por vir. Uma das tendências é chamada de social shopping (ou compra social, em tradução literal). Em resumo, é uma estratégia de vendas que envolve as redes sociais. Algumas plataformas de e-commerce, por exemplo, oferecem descontos para consumidores que convidam seus contatos, através das redes sociais, a se juntarem à plataforma.
Essa estratégia combina streaming de vídeo ao vivo com a possibilidade de interagir com os vendedores (tirando dúvidas sobre os produtos) e comprar imediatamente. A AliExpress, por exemplo, lançou um serviço de, comércio ao vivo, que viu até 320.000 mercadorias sendo adicionadas ao carrinho a cada milhão de visualizações durante uma única sessão.
Não por acaso, a AliExpress é a plataforma de e-commerce preferida de 64% dos entrevistados (64%), seguida por Shopee (63,2%) e Amazon (32,5%). Cada uma a seu modo tem inovado para atrair e atender melhor cada vez mais consumidores brasileiros.