Com a pandemia, o tema Saúde Mental ganhou destaque nas organizações, temos o exemplo da Ambev, uma das maiores indústrias cervejeiras do mundo que conta agora com uma Head de Saúde Mental. Esse foco surgiu do cenário atual de incertezas, mudanças abruptas e medos, que vêm impactando fortemente as pessoas, especialmente os líderes, cuja exigência por tomadas de decisões rápidas forja a adoção de estratégias de inteligência emocional na mesma velocidade.
Mudanças antes maturadas e implantadas com o tempo precisaram acontecer para ontem e muitos líderes experientes se perceberam verdes em alguns aspectos, questionando sua própria competência para lidar com as novas circunstâncias, tendo que conciliar assim sua crise interna à condução de toda uma equipe em conformidade com o planejamento estratégico da empresa.
Com os novos desafios, sentiram nas costas o peso de conduzirem o time, conciliando as diferentes formas de cada um lidar com a situação, mas sem perder o foco nas entregas e resultados.
Em tempos de crise, identifico 5 importantes pilares para os líderes:
Resiliência para enfrentar situações difíceis e por vezes incontroláveis colaboradores acometidos pela Covid 19, decretos que impõem restrições ao trabalho, queda no faturamento são variáveis que passaram a fazer parte da rotina e cuja solução não está totalmente ao nosso alcance; bons líderes buscam soluções tangíveis e simples e não desistem no primeiro tombo.
Transparência para assumir ao time sua humanidade, deixando claro a todos que para chegar ao destino é necessário o esforço conjunto e um processo de aprendizagem contínuo, incluindo-se nisso. Nem sempre um bom líder terá todas as respostas e soluções, mas está disposto a buscá-las e a contar com a equipe para isso. Também é importante repercutir para o grupo as estratégias da empresa, para que todos remem na mesma direção.
Autoconhecimento para reconhecer seus limites, saber o momento de pausar, dizer não, reconhecer falhas, voltar atrás, reconhecer êxitos e talentos, estar imerso na equipe, ser consciente do seu papel e responsabilidade, saber equilibrar vida pessoal e vida profissional, potencializar seus pontos fortes e investir tempo na reversão dos pontos de melhoria.
Empatia para compreender que a curva de aprendizagem de cada colaborador é diferente, que é preciso estar junto para entender suas dores e necessidades no trabalho e apoiá-lo diante de suas inseguranças e perdas. Reunir-se com o time ou realizar encontros individuais fortalecem os laços de confiança e gera engajamento.
Autocuidado que nasce do autoconhecimento, parte de uma decisão e exige vontade e disciplina. É preciso estar atento aos sinais do corpo e da mente e buscar formas de manter o equilíbrio interno: procurar ajuda médica ou psicológica, reservar um tempo para atividades prazerosas, praticar uma atividade física, estar com a família, fazer uma videocall com o grupo de melhores amigos, ler um livro, fazer o curso dos seus sonhos, dormir bem, beber muita água, mudar os hábitos alimentares, dosar as preocupações com os problemas de trabalho, são atitudes que podem ser tomadas e que farão toda a diferença.
Sabemos que a missão do líder não é fácil em circunstâncias habituais imagine em um momento tão crítico como o que estamos vivendo em nível global. Temos a certeza de que todos, sem exceção, serão impactados pelas consequências da pandemia. Contudo, fazer do limão uma limonada já não é uma escolha, mas uma necessidade e ter a chance de conduzir um time nesse momento pode ser percebido como um fardo ou uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional.
Um ser humano melhor, um líder melhor e o espelho que todos vão querer ter. Tudo isso passa por uma boa saúde mental.