Todo mundo sabe que empreender é um desafio por si só, em especial para os chamados empreendedores de primeira viagem.
Esta condição, inclusive, é bastante comum para quem se enquadra no modelo de Microempreendedor Individual já que esta é a modalidade que mais atrai novos empresários por conta da facilidade de formalização. No entanto, além da falta de experiência com a gestão de um negócio, existe também outro problema que muitos destes empresários enfrentam: a falta de dinheiro.
Diferente da falta de experiência, este problema não pode ser solucionado apenas com o trabalho. Se algum dia na vida você já buscou financiamento em bancos, sabe que a situação é um tanto complexa para quem ainda é pequeno. O que a maioria não sabe, porém, é que existem caminhos e possibilidades referentes ao crédito para MEIs.
Empréstimo convencional
Dentre as dezenas de vantagens que este modelo de empresa oferece ao empreendedor, a facilidade para obtenção de crédito é uma delas. A burocracia reduzida começa na agilidade para abrir uma conta em nome do CNPJ. A partir daí o MEI pode encontrar linhas de crédito específicas em diversas instituições financeiras, tanto públicas quanto privadas.

Entre as alternativas disponíveis a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o BNDES são as instituições que mais se destacam. A documentação necessária para abertura de conta, avaliação de crédito e obtenção de financiamento pode variar de uma instituição para outra, mas normalmente gira em torno da mesma lista:
- Certificado de Condição do Microempreendedor Individual e/ou Certidão Simplificada da Junta Comercial.
- Documentos pessoais do Empreendedor (Documento de Identidade e CPF).
- Comprovante de endereço residencial do MEI.
- Ficha de Cadastro do Microempreendedor Individual.
Este último normalmente é disponibilizado pelos próprios bancos e complementa a documentação da abertura da conta. Nele o empreendedor vai declarar qual o seu faturamento e suas despesas, entre outras informações necessárias para a avaliação do banco.
Microcrédito
Diante da condição do Microempreendedor Individual, o microcrédito costuma ser a alternativa perfeita para quem se enquadra nesta modalidade de empresa. Como o próprio nome já diz, o microcrédito nada mais é que uma forma de financiamento direcionada aos negócios de pequeno porte.

Entre as maiores diferenças, em comparação com as linhas de crédito tradicionais, podemos destacar o valor de financiamento menor normalmente limitado a R$20 mil , os prazos de pagamento mais curtos e a exigência de garantias mais simples pela instituição para concessão do financiamento. Como vantagens deste modelo podemos destacar:
- Ausência de garantias reais, já que a maioria das transações tem como garantia o aval solidário;
- Concessão de crédito ágil e adequado ao ciclo de negócios do empreendimento;
- Baixo custo de transação devido à proximidade entre a instituição, o tomador dos empréstimos e à inexistência de burocracia.
Além disso, uma das condições do microcrédito é um acompanhamento de perto que o empreendedor recebe da instituição financeira. Antes de receber o dinheiro ele recebe uma visita dos agentes de crédito para avaliar as necessidades da empresa e suas condições de pagamento. Depois do recebimento do dinheiro este mesmo agente acompanha a evolução do negócio e orienta, se achar necessário.
Como obter microcrédito?
A principal alternativa para quem optar pelo microcrédito é o já conhecido BNDES, pois ele conta com apoio à modalidade de financiamento em suas políticas operacionais. Neste caso o limite é de R$20 mil por beneficiário e podem ser financiados tanto investimentos fixos como capital de giro.

Não é necessário ir ao banco pois o processo funciona por meio de agentes operadores destes recursos. Para consultar a lista completa de instituições cadastradas no BNDES e agentes operadores, basta acessar o site do banco aqui.
Mas antes de tudo, o planejamento
É isso mesmo o que você leu. Crédito é importante, mas de nada vai valer se você não planejar direito. O financiamento utilizado de forma inteligente só amplia os horizontes de quem consegue enxergar as oportunidades que surgem, e a partir disso canalizam recursos para a ampliação e crescimento do negócio.
Comece controlando os custos, separando gastos da empresa daqueles relacionados à família. Só assim você quanto seu negócio é lucrativo e se o investimento para ampliar os resultados fazem sentido. Para crescer, além de dinheiro, é preciso sustentabilidade, e isso só se conquista com uma gestão financeira eficaz e inteligente.