Você costuma falar sobre a sua história, o seu produto ou marca? Não só para o cliente à sua frente, mas nos diferentes palcos que temos hoje à disposição e escalam as nossas informações? Se você empreende, mas ainda não ocupa espaços como videocasts, podcasts, palcos 360 graus, redes sociais ou o metaverso, por exemplo, faço aqui um convite para que você se comunique bem! Um convite para perder o medo do julgamento em rede e encarar o processo de desenvolvimento da sua comunicação para o presente e para o futuro!
Já não importam mais os meios para se comunicar, pois são inúmeros, mas a maneira como você se conecta com o público consumidor. E é neste ponto que precisamos refletir sobre a extimidade. Já ouviu falar deste termo? Vivemos em época de exploração, nem sempre permitida, das nossas ideias, visões de mundo e escolhas cotidianas. O fenômeno contemporâneo da extimidade, que já é real e apontado como tendência, traz a exibição da intimidade como valor para ser visto, ouvido e/ou reconhecido, colocando em xeque a separação entre a esfera pública e a esfera privada. Mas, atenção: nem toda tendência serve para você e precisa ser uma regra para escalar a comunicação sobre o seu empreendimento.
Depois de 22 anos trabalhando a imagem pública como jornalista, proponho a você refletir sobre as estratégias de sucesso, principalmente quando estas receitas vêm acompanhadas da expressão "você tem que". Antes de qualquer decisão de postar um vídeo ou campanha, por exemplo, a cautela para avaliar o que você vai falar e expor a um público em rede é imprescindível. Não, não precisamos nos expor 24 horas e nem mesmo mostrar todas as áreas da nossa vida para alcançarmos conexões de sucesso.
Além de cautela, proponho o estudo da comunicação. Como toda habilidade, o comunicar também é matéria a ser aprendida e exercitada. Somente desta forma você poderá construir uma comunicação que seja permanente, assertiva e autêntica!
E o mais importante: uma comunicação que você tenha orgulho de fazer! Como o melhor porta-voz da sua história, você tem o poder de escolher as temáticas que deseja explorar e quando vai comunicar!
Há inúmeros exemplos de profissionais famosos que adoecem por não terem o tempo necessário para pensar e desenvolver as suas habilidades comunicacionais e de trato com o público em rede.
Como consequência da exposição exacerbada e mal pensada, tivemos recentemente testemunhos de figuras públicas adoecidas que tomaram a decisão de limitar a extimidade. O ator Tom Holland, do filme Homem-Aranha, anunciou uma pausa nas redes sociais para cuidar da saúde mental. O ator declarou ao portal G1, da Globo, que "se sente sufocado pelo que lê a seu respeito na internet, como se estivesse preso em uma espiral". Em 2021, a ansiedade social, transtorno caracterizado pelo medo de se sentir envergonhado ou humilhado em situações sociais, tirou de cena a tenista japonesa Naomi Osaka. Após se recusar a dar entrevistas coletivas, a direção de Roland Garros aplicou multas para a atleta que, logo depois, desistiu do torneio.
Seres públicos ou anônimos precisam saber exatamente as consequências e transformações que terão na vida integral à medida em que suas histórias se tornam conhecidas. É o caso, por exemplo, de quem empreende e fala pelo seu negócio. Portanto, deixo algumas sugestões para que você reflita e possa adotar no seu dia a dia para uma comunicação saudável:
1. Tenha consciência de que informação é energia de transformação, para o bem ou para o mal. É alimento ou veneno para o ser humano. Portanto, seja responsável pelos conteúdos que cria ou compartilha. Verifique dados e informações quantas vezes achar necessário e procure fontes de informação confiáveis.
2. Busque o autoconhecimento para alavancar a sua comunicação: "conhece-te a ti mesmo", o aforismo tão antigo ainda traz verdades no mundo contemporâneo. Busque se enxergar verdadeiramente, aceitar e desenvolver seus pontos de vulnerabilidade.
3. Exercícios de corporeidade e mindfulness: crie o hábito de tratar corpo e mente, diariamente. Comunicar-se bem na era da exigência de naturalidade requer uma boa relação com o seu corpo e a sua mente. A maneira como nos relacionamos com o nosso organismo afeta diretamente a nossa comunicação, justamente porque a comunicação não verbal é responsável por mais de 60% do que falamos ao outro.
4. Desenvolvimento da empatia: no passado, para chamar a atenção através da fala, bastavam os monólogos bem escritos e um comunicador de voz marcante. Tínhamos um público muito mais passivo e distante do comunicador. Na atualidade, o profissional que não estabelece o diálogo com a sua plateia, com frequente interação, não se comunica efetivamente. Portanto, a prática da empatia é um ingrediente fundamental no processo de exposição contemporânea. Sair do pedestal de comunicador para transitar no eixo da troca de informações com o público, estabelecendo gatilhos de conexão durante a fala, tem sido a melhor saída para manter a atenção de um público multiconectado.
5. Autogestão digital: no intuito de prevenir doenças mentais e físicas, faz-se indispensável a autogestão digital. Como escolha a favor da saúde humana, devemos determinar limites de horas em frente às tecnologias, além de limites relacionados à exposição da intimidade. Como forma de manter a sanidade mental e corporal, todo indivíduo que se expõe precisa dos seus espaços íntimos e de horas de descanso para a recuperação do assédio consequente do ser público. A digitalização da vida não deve anular a consciência de quem está no comando das escolhas a seguir: o ser humano, o profissional comunicador.
E então? Você já havia pensado em usar as sugestões acima como ferramentas para se comunicar bem nos dias atuais? Posso te garantir, depois de duas décadas interagindo com o público, que é sim possível manter a saúde e o equilíbrio em rede e, ao mesmo tempo, expor o seu negócio e suas experiências para o mundo!
Ótima jornada na comunicação para você e, qualquer dúvida, estou aqui pra te ajudar!