Michele Obama tornou-se inspiração para milhares de mulheres no mundo todo não é mesmo?!
E apesar de todo o sucesso, veja o que ela disse em uma entrevista:
Eu tive de trabalhar duro para superar aquela pergunta que (ainda) faço a mim mesma: 'eu sou boa o suficiente?'. É uma pergunta que me persegue por grande parte da minha vida. Estou à altura disso tudo? Estou à altura de ser a primeira-dama dos Estados Unidos?'
Michele Obama assim como muitas outras mulheres sofrem com a síndrome da impostora! Mas afinal o que é isso?
Apesar de ser chamado de síndrome, essa não é uma condição clínica, esse tema apareceu em artigos científicos por volta dos anos 70, e o termo utilizado era Fenômeno do Impostor(a).
Trata-se da sensação de que somos uma fraude, o sentimento de que nunca somos boas o suficiente, a insegurança, medo, ansiedade, quando estamos próximas do sucesso.
Mas essa síndrome acomete apenas mulheres? Não, homens também podem sofrer com ela, mas a grande incidência está no gênero feminino, e há algumas explicações para isso.
Em 1978, 150 mulheres bem sucedidas, tanto na área profissional quanto acadêmica foram estudadas pelas psicólogas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes. Através desse estudo elas identificaram alguns episódios de fraude, em que as mulheres pensavam estar ocupando lugares de sucesso por sorte ou erro de alguém, nunca por seu mérito.
Nos anos 70 a sociedade preconizava que o lugar da mulher não era prosperando profissionalmente, e algumas coisas não mudaram desde então. No estudo, Pauline e Suzanne apresentam dois fatores históricos que influenciaram no desenvolvimento da síndrome:
- As meninas criadas como sendo a princesa, meiga, doce, sensível e cuidadoras da família, já os meninos os espertos da casa, aquele que trabalha e traz o sustento;
- E de outro lado pais reforçando para a sua filha que elas são perfeitas, e que conseguem tudo;
E neste contexto surge a impostora, uma tentando provar o tempo todo que também é inteligente e capaz, e outra que se depara com a realidade e percebe que precisa se esforçar para conseguir o que quer e que mesmo assim nem sempre alcança, e como consequência ambas começam a achar que são uma fraude.
Mas afinal, nos dias atuais, como identificar essa síndrome?
Alguns comportamentos são característicos e devem ser observados:
- Achar que não é boa o suficiente;
- Insegurança referente ao seu próprio trabalho;
- Perfeccionismo, nunca está satisfeita com os resultados;
- Medo de errar, deixa de tentar para evitar frustrações;
- Não sabe receber elogios, são vistos com desconfiança;
- Sente culpa pelo êxito, sucesso e com isso tenta não aparecer, porque pensa que quanto mais a perceberem, maior será o tombo quando descobrirem que ela é uma fraude.
- Se preocupa demais com o que os outros pensam;
Esses comportamentos são evidenciados em momentos e situações, que são chamados de gatilhos e que despertam a síndrome da impostora:
- Quando se está em evidência;
- Ambientes machistas;
- Momento em que você detém poder;
- Quando você está sendo avaliada;
- Em um momento de confronto, quando alguém discorda de você;
- Quando você está em ascensão;
- Momentos de reconhecimento;
Agora você deve estar se perguntando, como alguém que sofre com a síndrome da impostora deve lidar com tudo isso? Aí vai algumas dicas:
- Fique alerta aos gatilhos que levam à síndrome da impostora, a consciência é fundamental nesse processo;
- Libertar-se do ego! Quando percebemos que os olhos de todos NÃO estão voltados para nós a vida se torna mais leve e nos sentimos menos pressionadas a demonstrar o tempo todo que somos capazes.
- Tome consciência de que o sucesso tem um preço e que suas ações contam muito para chegar até a conquista almejada, desta forma você saberá que é sim merecedora do sucesso que é consequência do resultado do seu trabalho.
- Lembre-se mais do que você fez de bom, e não dê importância demais ao que não deu certo, foque nos resultados alcançados.
- Elimine da sua vida o pensamento O que os outros vão pensar de mim se eu falhar?
- Procure conhecer mais sobre o assunto, você vai perceber que muitas outras mulheres vivem essa realidade, e aprenda como elas tem lidado em momentos de fraude, compartilhe também suas experiencias e sentimentos.
- Por fim, pode buscar ajuda de um profissional como um psicólogo ou coach.
As mulheres que sofrem com a síndrome da impostora, geralmente tentam esconder suas habilidades e talentos, com medo de serem vistas como uma fraude, muitas são extremamente competentes e com um potencial incrível, mas se contentam com pouco e criam barreiras para si mesmas evitando a sua ascensão. Quebrar essa barreira e se livrar dessa síndrome tão limitante para tantas mulheres poderá transformar a realidade do empreendedorismo feminino, das mulheres em papeis de liderança e também na política. E essa mudança depende de todas nós!
Kelen Moreira
kmoreira@pr.sebrae.com.br
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