A experiência de viver em sociedade é única. Sozinhos viemos, mas desde que nascemos nossa experiência é no convívio social. Tudo o que compreende essa vivência irá, sem dúvida, formatar nossas percepções, nossos valores, nossos sonhos. Mesmo que o maior sonho seja o de deixar a sociedade em que se está inserido.
Muito pequena ou um grande centro urbano, a verdade é que a cidade na qual vivemos pode ser do tamanho do nosso sonho.
Sim, ela depende muito do que pensamos, propomos e fazemos por ela. Nesse tempo de quarentena pelo Covid-19, uma nova realidade se instalou e não temos certeza ainda de quais serão efetivamente as mudanças. Estamos vivendo aos sobressaltos, direcionados por decisões que estão sendo tateadas porque nada é certo afinal, na analogia, estamos trocando de pneu enquanto o carro está rodando.
Mas, mesmo em meio ao caos, qual é a cidade em que se quer viver? O que você espera deste ambiente social? Não há limites para o sonho e colocá-lo em prática depende do quanto se está, efetivamente, inteirado do que a cidade em que se mora disponibiliza de recursos para nela fazer interferências. Não basta apenas sonhar, é preciso ao idealizar, agir para tornar o sonho real. Por exemplo, se a prefeitura da cidade faz consultas públicas para direcionar o uso de recursos, participamos? Se há um movimento civil para uma proposta efetiva de mudança positiva para algum setor da cidade, ao menos nos informamos sobre?
É certo que o momento de instabilidade pelo que passamos trará muitas mudanças. A grande maioria da população está sofrendo de alguma forma negativa os efeitos da pandemia.
Mas é certo, também, que muitas mudanças positivas podem advir do caos. Para onde estamos olhando: para a destruição ou para a construção a partir de uma nova perspectiva?
Não que seja fácil, simples ou que se tenha plenas condições para isso. Mas se formos esperar para agir após termos todos os recursos, o desafio será outro e nunca teremos o suficiente.
Sem dúvida, a cidade dos sonhos só será conquistada sendo o local onde se vive ou outro, que se almeja com a efetiva participação. Como cidadão, como proponente, como agente da mudança. Em qualquer cidade, tudo começa na pequena convivência, a casa, a rua, o bairro. Assim, ampliando as perspectivas para uma cidade que vá muito além dos sonhos. O começo, sem dúvida, é a participação.
Patricia Favorito Dorfman
Jornalista, consultora nas áreas de empreendedorismo, marketing e comunicação. Movimento Tava Pensando. Minha crença é nas pessoas, só elas podem fazer mudanças!